Publicado por Redação em Carreira - 26/02/2021
Lifelong learning: como se tornar um eterno aprendiz
A mudança é a única constante. Essa é uma das máximas do historiador israelense Yuval Noah Harari em 21 Lições para o Século 21 (Companhia das Letras, 59,90 reais), lançado em 2018. “Se você se apegar a qualquer tipo de identidade, emprego ou visão de mundo estável, corre o risco de ficar para trás enquanto o mundo avança. Para se manter social e economicamente relevante, é preciso ser capaz de aprender e se reinventar constantemente”, escreve o autor.
Ser um eterno aprendiz é o que se espera do indivíduo e do profissional do presente e do futuro. O avanço cada vez mais veloz da tecnologia e a automação de processos vêm provocando mudanças profundas no mercado e nas relações de trabalho. Profissões tradicionais estão deixando de existir para outras, que sequer imaginávamos há até pouco tempo, surgirem. Tem mais: com o aumento da expectativa de vida e a permanência dos profissionais por mais tempo no mercado, será necessário atualizar constantemente o repertório de conhecimento.
“Estar aberto a todo tipo de experiência e saber transformá-la em aprendizado aplicável à vida e ao trabalho à medida que o mundo demanda é uma das competências mais importantes a se desenvolver”, afirma Roberta Campana, diretora de educação e inovação na Fundação Dom Cabral. É o que se chama de lifelong learning, ou aprendizado ao longo da vida.
O conceito não é novo. Ganhou força nos anos 1990, quando o economista e político francês Jacques Delors presidiu a Comissão Internacional sobre Educação para o Século 21, da Unesco, e apontou a necessidade de uma educação extensiva por toda a vida como condição para navegar na sociedade do conhecimento.
No documento Educação, um Tesouro a Descobrir, Delors destaca a necessidade de trocar o saber baseado na absorção de conhecimento transmitido pelo professor e restrito ao ambiente da sala de aula por uma abordagem autônoma, holística e capaz de preparar o indivíduo para se tornar independente e socialmente competente, e não talhado para se encaixar no mercado de trabalho. Mais importante do que diploma ou título, o que conta é saber pensar, selecionar informações, se relacionar (consigo mesmo e com os outros), “desaprender” o obsoleto ou desnecessário e “reaprender” de acordo com as demandas do mundo e dos negócios.
Fonte: Você RH