Publicado por Redação em Previdência Corporate - 10/03/2011

Juros futuros fecham em baixa, avaliando Ata do Copom e inflação

SÃO PAULO - As taxas dos principais contratos de juros futuros fecharam esta quinta-feira (10) em baixa no segmento BM&F, repercutindo o conteúdo da Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que, de certa forma, supreendeu os analistas ao sinalizar que o ciclo de alta do juro pode estar próximo do fim.

O dia contou ainda com a divulgação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) da primeira semana de março pela FGV (Fundação Getulio Vargas). No período, o índice registrou taxa de inflação de 0,59%, 0,10 ponto percentual acima da semana anterior. A principal contribuição para essa alta do índice veio do preços dos alimentos.

Inflação desfavorável
A Ata do Copom, divulgada pelo manhã por parte do Banco Central, afirma que o comitê não vê com bons olhos o desenvolvimento do quadro inflacionário recentemente. “O Copom entende que o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente desde sua última reunião”, revela a ata.

O Copom prevê ainda uma trajetória de estabilidade ou até mesmo alta para a inflação acumulada de 12 meses nos próximos dois trimestres. Tal comportamento seria explicado “pela inércia trazida de 2010” e as projeções indicando inflação próxima dos patamares históricos entre junho e agosto. Já para o último trimestre, a expectativa é de uma tendência declinante para a inflação acumulada em 12 meses.

Ademais, o Comitê deixou bastante claro que não descarta uma mudança na sua política monetária. “A eventual introdução de ações macroprudenciais pode ensejar oportunidades para que a estratégia de política monetária seja reavaliada”, afirma a ata.

Fim da linha?
Alguns analistas se mostraram surpresos  com o teor da ata. Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o Banco Central dá sinais claros de que não vê necessidade de um aperto monetário maior, o que segundo ele fica claro através das expectativas da instituição de arrefecimento da atividade doméstica, recuo do descompasso entre oferta e demanda e perspectiva de queda da inflação no quarto trimestre.

No mesmo sentido, a equipe de análise da LCA Consultores destaca o tom moderado do documento, no qual o Copom reconhece riscos, mas mantém a confiança na convergência da inflação para a trajetória de metas.

"Vale notar, por exemplo, que em duas oportunidades o Copom afirma que, desde sua reunião anterior, o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente, ao passo que na ata anterior ele afirmara que o cenário para a inflação havia evoluído desfavoravelmente", comentou a LCA, afirmando que a possibilidade de intensificação no ritmo da Selic está praticamente descartada.

Destaque para a renda fixa
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgou os dados relativos às operações no mercado de capitais brasileiro e no exterior durante os dois primeiros meses de 2011. Até fevereiro, foram realizadas 59 emissões, somando R$ 14,3 bilhões em 2011, número 98% maior do que o mesmo período no ano de 2010. O grosso do montante foi captado no segundo mês do ano, que teve movimentação de R$ 10 bilhões.

Segundo Alberto Kiraly, vice-presidente da associação, o destaque anual ainda permanece com o segmento de renda fixa, já que esse tipo de captação possui prazos mais alongados e maior competitividade de custos. Nesse segmento, a liderança permaneceu com as ofertas distribuídas com esforços restritos, que representaram 84,4% dos registros no ano. No segundo mês do ano, os títulos de renda fixa foram responsáveis pela captação de R$ 5,5 bilhões.

Contrato de janeiro de 2012 fechou com taxa de 12,35%
O contrato de juros de maior liquidez nesta quinta-feira, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de 12,35%, 0,19 ponto percentual abaixo do fechamento de quarta-feira.

Fonte: web.infomoney.com.br | 10.03.11


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