Publicado por Redação em Previdência Corporate - 23/01/2012
INSS paga R$ 170 mi em benefícios por mês
Servidora do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) há 26 anos, a gerente executiva Márcia Cristina Pinto acompanhou os avanços e melhorias da previdência social no Estado de Rondônia. Márcia passou por várias áreas na instituição, onde pode acompanhar, dividir alegrias e descontentamentos de cidadãos que corriam atrás dos seus direitos no INSS. “Todos os dias é um desafio, A previdência trabalha com a vida das pessoas, onde cada uma traz uma história laboral, diferente dos vizinhos e dos familiares. Embora tenhamos orientações, há complexidades de casos”, disse. Durante a conversa com a equipe do Diário, Márcia apresentou dados positivos na economia da região, que passou de deficitário para superavitário em 2011. Segundo ela, são pagos mensalmente R$ 117,2 milhões em benefícios aos rondonienses.
Diário da Amazônia: Qual a função do INSS?
Márcia Cristina: Reconhecer o direito do cidadão aos benefícios previdenciários. A nossa missão é fazer com que a previdência funcione como sistema sustentável e que ampare o trabalhador e a sua família nos momentos em que eles mais precisem, como em situações de idade, morte, maternidade, reclusão e incapacidade. No caso de idade, são aposentadorias por idade ou por tempo de contribuição quando ele deixar a atividade. Temos os benefícios de incapacidade, de auxílio doença previdenciário e acidentário, quando o trabalhador está incapacitado de trabalhar. O benefício de reclusão do trabalhador é quando o ele comete um delito e vai preso, então a sua família é amparada. Casos de falecimentos e maternidade. Neste último caso, a trabalhadora receberá um benefício durante quatro meses enquanto estiver na licença maternidade. A previdência na verdade é uma seguradora do trabalhador e sua família e vai ampará-los nesses momentos da vida.
Diário: A previdência social possui 30 anos no Estado de Rondônia. Quais foram os avanços durante esse período?
Márcia Cristina: Os avanços em Rondônia, em parte, acompanharam o avanço da previdência em todo o país. O que mais relevante nós temos recentemente é a expansão da rede de atendimento aqui em Rondônia, onde tínhamos 13 agências e inauguramos no mês de dezembro mais duas novas agências e mais três em fase de conclusão de obra, que, nos próximos meses, também serão inauguradas. Esse é passo mais relevante e recente da instituição, o que a população consegue enxergar mais concretamente. Fora isso, nós temos a gestão do INSS que mudou a forma de planejamento, em que todos os servidores trabalham efetivamente dentro de um propósito da excelência de atendimento. Dentro disso, temos um controle total dos atendimentos que fazemos, onde identificamos imediatamente onde se encontram os problemas e diante desse monitoramento temos condições de adotar uma melhor medida, solução mais adequada para aquele problema, conseguindo minimizá-los, embora não sejam solucionados totalmente. Uma questão importante que devemos citar da previdência é a carta comunicando ao trabalhador sobre a aposentadoria. Pessoas que já completaram idade e que no banco de dados possui toda a sua vida laboral com a idade de ser aposentar. Quando o sistema identifica, ele manda uma carta para o trabalhador. O grande foco é do INSS é trabalhar o cadastro do segurado, o trabalhador. Futuramente se espera que cada trabalhador tenha um certificado digital que irá operar toda a sua vida junto à previdência. Atualmente, a pessoa pode ir ao INSS cadastrar uma senha e buscar os extratos dessas informações na internet, puxando seu extrato previdenciário. Rondônia está melhor que muitos estados. A forma atual de gestão possibilita enxergar as dificuldades e atuar em relação a elas.
Diário: Possibilitar o acesso ao INSS para mais pessoas também faz parte do planejamento estratégico. Como funciona o Projeto de Expansão da Rede de Atendimento (PEX)?
Márcia Cristina: O PEX foi lançado na gestão do ministro Pimentel como critério para se construir novas agências em determinadas localidades, a partir desse momento foi identificado municípios com mais de 20 mil habitantes. A partir desses dados foi feito um trabalho com os prefeitos desses municípios em que as prefeituras doaram os terrenos e o INSS entrou com a construção das agências e concurso público, onde serão supridas vagas para servidores dessas unidades. O programa foi idealizado para que as agências fossem construídas em oito meses e obviamente as localidades têm diversas dificuldades, demorou de um a dois anos para serem construídas. Agora nos já temos duas agências funcionando, só que cada uma delas tem somente um servidor. As agências são prédios modernos, com segurança e climatizados para dar todo conforto para a população atendida naquela localidade. Com o concurso teremos três servidores em cada agência e toda essa estrutura.
Diário: Nos últimos seis anos a Previdência Social mudou seu modelo de gestão. Quais foram as melhorias?
Márcia Cristina: Dentro desse processo de gestão, nós temos os canais de comunicação que possibilitam a população, sem sair da sua residência, fazer uma ligação para o 135 de telefone fixo ou celular e obter informações da previdência sobre os benefícios, tirar dúvidas, registrar reclamações, informar sobre possíveis fraudes, denunciar sobre qualquer irregularidade. Hoje ele é o maior call center da América Latina, e costuma receber em média 500 ligações por dia no Brasil. A página tem um conteúdo riquíssimo com muitas informações para os usuários, além dos canais de atendimento, que monitoram o atendimento nas agências. Controlamos por meio do sistema quantas pessoas estão sendo atendidas aqui em Porto Velho, Colorado do Oeste, entre outras cidades. Nós temos um controle se alguma pessoa estiver aguardando há mais de duas horas, temos um setor que liga para agência para saber o porquê da pessoa está esperando há mais de duas horas.
Diário: Qual a demanda de atendimentos e tempo médio de espera no Estado?
Márcia Cristina: Durante o ano de 2011, atendemos nas agências 401,5 mil pessoas. Destes 43,8 mil agendadas, 306,4 mil espontâneos, 51,2 perícias médicas e 5,1 mil avaliações sociais. Foram realizados 1,6 mil atendimentos durante cada dia, nos 251 dias úteis. As cidades com maior volume de atendimento são Porto Velho, Ji-Paraná, Vilhena e Cacoal. O tempo médio de cada atendimento é de 12 minutos. O tempo médio de espera é de 30 minutos em todos os serviços. Essa questão de tempo tem relação também com o banco de dados do próprio trabalhador estiver completo, sem nenhuma falha que possibilite que o atendimento seja mais rápido. Pode-se dizer que temos o retrato das unidades em tempo real. Hoje nós temos quinze agências, onde o cidadão pode ser atendido em qualquer uma delas, podendo requerer seu benefício onde quiser. Gostaria de ressaltar que no ano passado não era assim. A pessoa que morava em determinado município teria que ir para determinada agência.
Diário: Quanto é gasto em benefícios mensalmente e anualmente em Rondônia?
Márcia Cristina: Em Rondônia, são pagos mensalmente R$ 117,2 milhões para 180,5 mil beneficiários. Anualmente, há uma variação. Isso é um dinheiro injetado na economia do Estado. No Brasil, no mês de janeiro, 28,6 milhões de brasileiros receberam benefícios, sendo o valor pago de R$ 30 bilhões.
Diário: E os déficits do Estado?
Márcia Cristina: Rondônia durante muitos anos foi deficitária. No ano passado, tivemos a grata satisfação de ser superavitária. Pode ter sido em razão do “boom” imobiliário, a instalação de empresas de fora por conta das usinas e a consequência disso foi que houve um crescimento da arrecadação. Não tenho dados precisos, mas a Receita Federal me passou que ela é superavitária. O próprio trabalhador também está mais exigente, controlando a sua vida, sendo próprio fiscal dele e das empresas.
Diário: Como está o andamento do concurso do INSS neste ano?
Márcia Cristina: As inscrições já foram encerradas e a prova deve ser realizada no mês de fevereiro. Nesse concurso temos oito vagas para médicos e 15 vagas para técnico. Infelizmente, precisaríamos de muito mais servidores só que tudo isso depende de aprovação e autorização do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, mas vai ajudar bastante. Temos uma previsão de 40 a 60% de servidores em Rondônia que estão atingindo as condições para se aposentar entre esse ano e o próximo, e isso é uma perspectiva não muito favorável.
Fonte:www.diariodaamazonia.com.br|23.01.12