Publicado por Redação em Notícias Gerais - 08/02/2013

Inflação oficial acelera para 0,86% em janeiro, mostra IBGE

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, por ser usado como base para as metas do governo, acelerou para 0,86% em janeiro, contra 0,79% em dezembro do ano passado, segundo informou nesta quinta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro de 2012, a taxa havia ficado em 0,56%.

Este é o maior IPCA mensal desde abril de 2005, quando o indicador subiu 0,87%, e o maior para meses de janeiro desde 2003 – quando a alta foi de 2,25%, de acordo com o instituto. No acumulado de 12 meses até janeiro, o IPCA avançou 6,15% no mês passado, mostrando alta ante os 5,84% de dezembro.

Com isso, o indicador se aproxima cada vez mais do teto da meta do governo para este ano, de 6,50%, o que pode colocar em risco a manutenção da Selic na atual mínima histórica de 7,25%  por vários meses.

rincipais influências
Cigarros, tomate e aluguel residencial foram os principais responsáveis pela subida do IPCA no mês. Os três itens tiveram as altas de preços que mais impactaram o índice, segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE.

A coordenadora explica que os cigarros tiveram uma variação de 10,11% em janeiro, contra 3,94% em dezembro, por conta do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Já o tomate sofreu as conseqüências dos problemas climáticos que afetaram as safras e variou 26,15% em janeiro, contra 6,26% em dezembro. O aluguel residencial, que saiu de uma variação de 0,54% em dezembro para 1,56% em janeiro, vem apresentando alta há vários meses, diz Eulina.

Segundo a coordenadora, o grupo de alimentos e bebidas continua subindo, saindo de uma variação de 1,03% em dezembro para 1,99% em janeiro. É o grupo de despesas que teve a maior alta em janeiro, com impacto de 0,48 ponto percentual no índice. Desta forma, o grupo de alimentos e bebidas respondeu por 56% do IPCA.

Os efeitos do clima, com seca em várias regiões, prejudicaram as safras, fazendo subir o preço de alimentos básicos na mesa do brasileiro. Contribui ainda para a alta de preços o aumento da demanda, principalmente entre a classe C, segundo Eulina. Além do tomate, ficou caro para botar na cesta de compras a batata inglesa (alta de 29,58% em janeiro contra uma variação de -1,80% em dezembro) e a cebola, que subiu de -0,42% para 14,25%.

O cenário internacional também fez aumentar o preço do pão: com a seca nos Estados Unidos e na Argentina, as safras de trigo foram bem menores que o esperado e o preço no mercado internacional está muito alto, diz Eulina, lembrado que a produção de trigo brasileira não é suficiente para atender à demanda.

Não alimentícios
No grupo de despesas com produtos não alimentícios, além do cigarro e do aluguel residencial, também houve aumento relevante no preço das passagens de ônibus intermunicipais, com alta de 2,84%.

Segundo Eulina, a aceleração do IPCA de janeiro, que chegou a 0,86%, foi contida pela redução nas contas de energia elétrica residencial, uma variação de -3,91%. Também o setor de vestuário ajudou a conter a inflação. Por causa das liquidações, o segmento teve uma variação negativa de 0,53% em janeiro.

Para o IPCA de fevereiro, a coordenadora espera os impactos do aumento da gasolina – “Vamos ter que medir o comportamento nas bombas”; da tarifa de água e esgoto em Porto Alegre, de 7,5% a partir de 2 fevereiro; e do ônibus urbano em Recife,  4,64% a partir 6 janeiro.

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,92% em janeiro e ficou 0,18 ponto percentual acima do resultado de 0,74% de dezembro, destaca o IBGE. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 6,63%, acima da taxa de 6,20% dos 12 meses anteriores. Em janeiro de 2012, o INPC foi de 0,51%.

Fonte: G1


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