Publicado por Redação em Previdência Corporate - 07/10/2013

Inflação em alta pode impactar planos de previdência

Apesar de a inflação oficial do governo, medida pelo Ín­dice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e anunciada no começo de agosto pelo IBGE, ter apresentado variação de 0,03% em julho – o resultado mais baixo desde julho de 2010 (0,01%) – o mercado de previdência privada está atento para este cenário.

Na avaliação de Osvaldo do Nasci­mento, presidente da FenaPrevi, a infla­ção não afeta os planos de previdência privada como afetava no passado, quando as pessoas perdiam o dinheiro investido. “É óbvio que quanto mais alta a inflação, maior é a probabilidade de as pessoas perderem poder aquisitivo. Porque corrói o salário e as pessoas aca­bam não aplicando em investimentos de longo prazo. Para o mercado segurador e de previdência privada é fundamental a inflação sob controle e a estabilidade econômica”, considera.

Nascimento explica que o aumento da inflação gera dois efeitos em quem aplica em planos de previdência priva­da. O primeiro é altamente positivo, ou seja, numa perspectiva de longo prazo a pessoa terá o prêmio de juros “bastante atrativo, que varia de 5% a 6% para pa­péis com vencimento de 2020 a 2050”, informa o presidente da FenaPrevi. Segundo ele, esse é o lado mais posi­tivo, porque o investidor terá garantia de ganho real “bastante significativo”. Já o lado negativo é a volatilidade. Ou seja, é ruim porque o investidor observa a variação – às vezes negativa – na cota do fundo, acredita que está perdendo dinheiro e faz o resgate. “Nesse caso, ele perde mesmo. As pessoas que, de certa forma, têm maior conhecimento do que significa aplicar em longo prazo acabam se beneficiando, porque só vão fazer o resgate daqui a anos. Já aquelas pessoas que ainda carecem desse tipo de conhecimento se precipitam e fazem o resgate, o que é ruim”, comenta.

Em termos de novas captações, no entanto, Nascimento afirma que o mer­cado de previdência privada ainda não sentiu retração. “Nem em decorrência da inflação nem da queda do crescimen­to do PIB”, informa.

Segundo dados divulgados pela federação no final de julho, o mercado de previdência complementar aberta ar­recadou R$ 8,1 bilhões em novas contri­buições em maio de 2013. O montante de novos recursos que ingressaram no sistema é 18,64% superior aos R$ 6,8 bilhões registrados no mesmo mês do ano anterior. Com o resultado, a carteira de investimentos do sistema alcançou o patamar de R$ 357,3 bilhões, alta de 21,38% na comparação com os R$ 294,3 bilhões registrados no mesmo mês em 2012.

Segundo os dados da FenaPre­vi, que representa 22 seguradoras e 13 entidades abertas de previdência complementar no país, a previdência privada aberta conta atualmente com 12,6 milhões de contratos ativos e 95,1 mil pessoas já usufruindo os benefícios (aposentadoria, pecúlio, pensão, renda por invalidez e renda a menores).

“A inflação não é interessante para ninguém, mas para os fundos de previdência ela impacta ainda mais. As taxas de juros estão cada vez menores, deve-se considerar então que os fundos de previdência rentabilizam na mesma proporção, ou seja, estão em ritmo reduzido. Por isso, é importante reava­liarmos os seguros e previdências que contratamos, já que nossas necessida­des e capacidade de poupança mudam no decorrer de nossa vida”, analisa Maísa Serra, diretora do Vida Livre Seguros e profissional especializada em previdência privada.
Segundo a especialista, o segredo para ser menos afetado pelo descontrole econômico do país é ter um corretor de confiança, que esteja atento às mudanças para reavaliar seu projeto – opção de investimento – e readequá-lo à realidade.



Fonte: http://revistaapolice.com.br


Posts relacionados

Previdência Corporate, por Redação

Previdência: quem não sacar benefício em até 60 dias terá dinheiro bloqueado

Aposentados, pensionistas e demais beneficiários que recebem por meio de cartão magnético e não sacam o benefício em até 60 dias após a data prevista para o pagamento terão o dinheiro devolvido pelo banco ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Previdência Corporate, por Redação

Mais privilégios às mulheres na previdência social

As mulheres têm tratamento diferenciado na nossa previdência desde o seu princípio. Podem se aposentar 5 anos antes, embora vivam, em média, 5 a mais do que os homens, o que dá 10 anos a mais de aposentadoria.

Deixe seu Comentário:

=