Publicado por Redação em Notícias Gerais - 28/09/2012
Indústria deve registrar retomada apenas moderada nos investimentos
A indústria de transformação deve registrar uma retomada apenas moderada nos investimentos neste ano e em 2013, de acordo com Aloísio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais da FGV. Sua avaliação tem como base a Sondagem Trimestral de Investimentos, divulgada hoje pela instituição. A pesquisa mostrou que, embora o percentual das empresas que preveem investir menos nos próximos 12 meses tenha caído em relação aos investimentos feitos nos 12 meses anteriores (de 21% para 14%), a parcela daquelas que vão investir mais cedeu de 35% para 33%.
A queda na parcela das empresas que vão investir menos é positiva, disse. "Pode ser um ponto de virada", mas ponderou: "Não vemos uma retomada expressiva de crescimento. A expectativa é de uma expansão bastante moderada para o próximo ano", explicou.
A pesquisadora do Centro de Economia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Matos, lembrou que as recentes medidas do governo federal para estimular o investimento privado - como o pacote de concessões de infraestrutura e de redução das tarifas de energia - devem trazer efeitos positivos para a economia brasileira, mas o impacto nos investimentos deve ser sentido apenas no médio e longo prazo.
A FGV estima que a formação bruta de capital fixo (FBCF) caiu cerca de 1% no terceiro trimestre deste ano, em relação aos três meses anteriores, quando cedeu 0,7%. "Esperávamos uma melhora do investimento no período", ponderou Silvia, durante a apresentação da sondagem. A melhora, segundo ela, não ocorreu principalmente porque os investidores ainda estão reticentes em relação à recuperação da economia internacional. Além disso, a greve na Receita Federal atrapalhou a importação de algumas máquinas e equipamentos no período.
Mas a pesquisadora acredita que quarto trimestre deverá apresentar uma reversão do indicador e a FBCF deverá ter resultado positivo. Mas isso não será suficiente para o investimento fechar o ano no positivo. "Nossa previsão para formação bruta, no ano, é de queda de 1,5%", disse. "Estamos um pouco mais otimistas que a previsão do Banco Central, de queda de 2,2%."
Fonte: Uol