Publicado por Redação em Notícias Gerais - 19/12/2014
Inadimplência cresce entre idosos e diminui entre mais jovens
Impulsionados pela facilidade do crédito, os idosos estão se tornando mais inadimplentes, enquanto os mais jovens, com a entrada tardia no mercado de trabalho, têm atrasado menos os compromissos financeiros, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Em novembro, na comparação com mesmo mês de 2013, o número de dívidas atrasadas entre os consumidores de 65 a 84 anos subiu 7,89% - percentual maior que o crescimento da média nacional de 3,53%. Na contramão, houve queda de 7,02% entre os brasileiros com idade entre 18 a 24 anos.
Segundo estimativas do SPC Brasil, existem aproximadamente 6,3 milhões de jovens entre 18 e 24 anos com restrições no CPF por conta de atrasos financeiros. Isso representa pouco mais de um quarto (26%) da população brasileira compreendida nessa faixa etária. Com relação à população entre 65 a 84 anos, são quase 3,8 milhões de inadimplentes, o que significa pouco mais de 27% dos brasileiros na faixa etária com pelo menos uma conta atrasada.
Tipos de dívidas
Em relação aos tipos de dívidas entre jovens e idosos, os de idade entre 18 a 24 anos têm participação de apenas 1,53% nas dívidas atrasadas com companhias de água e luz, enquanto no caso dos idosos a participação nesse tipo de dívida aumenta para 15,88%.
Os jovens ganham destaque nas dívidas no comércio, com 28% deles devendo aos estabelecimentos comerciais, ao passo que a participação dos idosos cai para 16% no segmento.
Razões
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o aumento da expectativa de vida do brasileiro e, consequentemente, a permanência por um período mais prolongado no mercado de trabalho e de consumo é um dos fatores principais que explica o expressivo aumento da população idosa nos cadastros de inadimplentes. Outros motivos também são a diminuição da renda real com a aposentadoria, o aumento das despesas com remédios e planos de saúde, a facilidade para contrair empréstimos consignados e a prática de emprestar o nome para terceiros realizarem compras a prazo - geralmente familiares.
Já a tendência de redução do percentual de inadimplentes com até 24 anos de idade é explicada pelo fato de que os brasileiros mais jovens têm demorado mais tempo para conquistar a independência em relação aos pais e a iniciar a vida adulta. "Os jovens estão conseguindo se dedicar a mais anos de estudo em detrimento da entrada no mercado de trabalho. Dessa forma, eles continuam morando na casa dos pais, o que implicaria em gastos menos elevados com supermercado, condomínio e serviços básicos, como é o caso das contas de água e de luz", afirma.
Fonte: www.aserc.org.br