Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 13/11/2015

Idosos enfrentam mais dificuldades para contratar plano de saúde

Problema é oferta menor de planos individuais no mercado. Estatuto do Idoso proíbe aumento depois dos 60 anos.

A tentativa de garantir atendimento médico rápido e eficiente ficou ainda mais difícil nos últimos meses para os brasileiros de mais idade. O problema é a oferta menor de planos de saúde individuais no mercado.

A dona Jecé dos Santos não se conforma: passou 15 anos pagando plano de saúde. O convênio faliu e agora, aos 74, quando mais precisa, está sem nenhum. Já ligou pra cinco, seis planos. Ninguém aceita a dona Jecé. “Não querem, porque o idoso dá muita despesa para o convênio. Tem que reconhecer isso. É uma dor aqui, outra dor ali, é problema na coluna... Então, os planos não querem, porque é muita despesa pra eles”, diz.

O problema da dona Jecé é o mesmo de milhares de idosos no país. É difícil contratar um plano individual ou familiar. Em São Paulo, por exemplo, uma grande operadora faliu e outras duas pararam de oferecer esses planos. Dos planos disponíveis no mercado, só 20% são individuais ou familiares. O restante são planos coletivos.

Na pressa, na correria, as pessoas nem pensam muito sobre isso. Você tem 30, 40 anos, trabalha, tem um plano de saúde, está tudo bem. Mas e depois, quando se aposentar, sair da empresa, como vai ser?

Leda Leoni passou por isso. Enquanto trabalhava, tinha um convênio. Depois que aposentou, ficou sem nenhum. Foi um ano procurando e hoje só conseguiu porque entrou numa associação. Paga R$ 400 e achou que estava tudo certo, mas, como no ano que vem faz 59 anos, descobriu que o convênio vai aumentar 70% por causa da idade. “Onde que eu vou ficar? Vou acabar no SUS. Paguei a vida toda, pensei que ia ficar sempre nesse plano, mas chegou nesse estado, que nem pra você fazer o plano, você consegue”, lamenta.

O Estatuto do Idoso protege o idoso proibindo o aumento de planos de saúde depois dos 60 anos, mas os segurados reclamam que as empresas fazem o reajuste antes. A Agência Nacional de Saúde Suplementar não quis gravar entrevista, mas esclareceu e informou que as operadoras têm liberdade para atuar nos segmentos coletivo ou individual, mas as operadoras que tiverem planos individuais registrados na ANS não podem negar a venda aos consumidores. A ANS diz ainda que as operadoras não podem dificultar ou impedir o acesso aos serviços dos planos por causa da idade, condição de saúde ou deficiência do consumidor.

Para a advogada Rosana Chiavassa, especialista na área de saúde, não é isso que acontece. Segundo ela, os convênios não respeitam os idosos, porque acham que eles custam muito. “O idoso que perdeu seu contrato, ou que não teve, ou que quer mudar, não encontra possibilidade no mercado”, afirma.

A FenaSaúde não se pronunciou, nesta quarta-feira (11), por causa da morte de dois executivos. Outra representante do setor, a Abramge, diz que operadoras que suspendem a venda de planos individuais fazem isso porque os reajustes autorizados pelo governo não acompanham os aumentos dos custos.

Fonte: Portal G1


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