Publicado por Redação em Previdência Corporate - 23/02/2011
Ibovespa ganha impulso da forte alta da Petrobras e se descola das perdas externas
SÃO PAULO – Se os principais índices acionários externos permanecem pressionados por conta das tensões na Líbia, o mesmo não acontece com o Ibovespa, que corrige parte das fortes perdas acumuladas no começo da semana e apresenta ganhos no início da tarde desta quarta-feira (23). O principal índice de ações da bolsa paulista segue impulsionado principalmente pela alta das ações ordinárias (PETR3, +5,01%) e preferenciais (PETR4, +3,38%) da Petrobras. O índice há pouco subia 0,15% e voltava aos 66.540 pontos. O volume da bolsa é expressivo e já soma R$ 4,628 bilhões, em parte compensando a onda vendedora da véspera, quando o Ibovespa caiu 1,22% e o giro financeiro do pregão foi de R$ 8,44 bilhões.
Apesar de terem ensaiado alta no pré-market, as bolsas em Wall Street iniciaram os negócios no campo negativo. As perdas têm continuidade na esteira das incertezas quanto às tensões na Líbia, que vêm impactando inclusive a cotação do petróleo. Vale lembrar que na última sessão, o líder Muammar Gaddafi prometeu continuar no país e “morrer como um mártir”.
Na agenda econômica, as vendas de casas usadas nos EUA somaram 5,36 milhões no resultado anualizado de janeiro, superior às estimativas de 5,23 milhões. Já na Europa, foi divulgada a minuta da última reunião do BoE (Banco da Inglaterra), mostrando que cresceu o número de membros da autoridade monetária que votam a favor de um aumento dos juros no Reino Unido.
No plano interno, os investidores seguem avaliando novos números sobre a inflação, que apontaram redução do ritmo de aumento dos preços, e, também, resultados corporativos de peso, como os da GOL (GOLL4) e da Usiminas (USIM3, USIM5). Vale lembrar ainda que nesta sessão será votado no senado o novo valor para o salário mínimo - a proposta aprovada na Câmara é de R$ 545.
Ibovespa em alta
O principal destaque positivo fica com as ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que registram valorização de 5,01% e são cotadas a R$ 33,12. Com essa variação, a alta acumulada desde o início do ano chega a 8,41%. As ações da estatal se beneficiam da alta do petróleo nos mercados internacionais e também repercutem a divulgação, feita na tarde de segunda-feira, dos dados da produção de petróleo e gás natural em janeiro, com decréscimo de 1,9% na passagem mensal.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Já as ações de TAM (TAMM4) e GOL (GOLL4) enabeçam a ponta negativa do índice. Além da repercussão do resultado do 4T10 da GOL, o mercado segue avaliando os impactos da alta do petróleo para estas empresas. As ações ordinárias e preferenciais da Usiminas (USIM3, USIM5) também reagem ao balanço financeiro divulgado pela manhã com desvalorização.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Globex (GLOB3), Pão de Açúcar (PCAR5) e Natura (NATU3) também divulgarão seus resultados ainda nesta sessão, após o fechamento dos mercados.
Fora do índice, as ações ordinárias da OSX Brasil (OSXB3) disparam 4,18% no pregão, cotadas a R$ 474,01. A alta dos papéis segue a concessão da licença ambiental para a construção do estaleiro e da térmica a gás do grupo OSX no Porto Açu, conforme anunciado no site da Secretaria do Ambiente do estado do Rio de Janeiro na noite da véspera.
Cenário externo
Na Europa, a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, divulgou o número de novos pedidos à indústria na Zona do Euro em dezembro. Na passagem mensal, foi registrado um aumento de 2,1% dos novos pedidos feitos na região.
A Grécia também volta a ser destaque. Manifestando-se contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo, o setor de transporte público realiza uma greve geral no país, acompanhado de advogados, médicos do setor público, jornalistas, professores e pequenos empresários.
IPC-Fipe mostra menor alta da inflação
Nesta sessão foram divulgados dois indicadores de inflação, sendo que o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) registrou um menor ritmo de aumento dos preços na terceira prévia de fevereiro com variação de 0,70%, 0,33 ponto percentual menor que a registrada no mesmo período do mês anterior.
Na mesma linha, o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) registrou desaceleração da inflação na terceira semana de fevereiro ao marcar alta nos preços de 0,61%, taxa 0,21 ponto percentual inferior àquela vista na medição anterior. Esta é a menor taxa registrada desde a última semana de outubro do ano passado.
Câmbio e renda fixa
O dólar comercial reverte a tendência apresentada ao longo da manhã e passa a avançar, apresentando leve alta de 0,24%, cotado a R$ 1,677 na venda. Há pouco foi divulgado que o fluxo cambial acumulado nas três primeiras semanas de fevereiro ficou positivo em US$ 3,546 bilhões. O fluxo comercial teve saldo negativo de US$ 569 milhões, enquanto o fluxo financeiro teve superávit de US$ 4,115 bilhões.
Já os principais contratos de juros futuros também operam novamente com taxas em alta na sessão. O mercado avalia os dados de inflação divulgados pela manhã e segue na expectativa pela votação do salário mínimo pelo Senado e também pelo anúncio do detalhamento dos cortes no orçamento do governo em 2011.
Petróleo segue em alta
Mesmo após a forte disparada da véspera, os contratos de petróleo seguem em alta expressiva, refletindo o temor do mercado de que as manifestações populares no Norte da África e no Oriente Médio contra governos ditatoriais impactem o fornecimento da matéria-prima.
Há pouco o contrato futuro com vencimento em abril subia 4,61% em Nova York, para US$ 99,82 o barril.
Fonte: web.infomoney.com.br | 23.02.11