Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 18/09/2013
Hospital digital no Brasil é tarefa difícil, mas possível
O Hospital Digital ainda não existe no Brasil, mas ele é possível e está próximo de ser alcançado em instituições como o Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS), o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em São Paulo (SP), o Hospital Samaritano, também na capital paulista, e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Imbiribeira, em Recife (PE), entre outros. Apesar dos exemplos, alcançá-lo pode não ser tarefa fácil, segundo os critérios da HIMMS, uma vez que “ter um hospital digital não é uma tarefa trivial, pois a infraestrutura necessária é muito grande”.
A afirmação é de Claudio Giulliano da Costa, médico e diretor-presidente da consultoria Folks e-Saúde, para quem o hospital digital é possível contanto que seja bem orientado e planejado. “É preciso pensar em um modelo evolutivo e de gerenciamento como negócio, capaz de ter ferramentas para o planejamento estratégico, business intelligence, gestão do corpo clínico (RH), além de infraestrutura e governança de TI”, disse o consultor durante o curso “Desafios da Saúde Digital: do Prontuário Eletrônico às Redes Sociais”, oferecido em parceria com o escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados nesta quarta-feira (11) em São Paulo.
A HIMMS, organização não-governamental americana dedicada a melhoria da qualidade dos sistemas empregados em instituições de saúde, estabelece como critérios para o hospital digital a dispensa do uso de papel (paperless), a troca digital de informações com 100% de disponibilidade, além de integração entre sistemas internos e externos. “Não adianta se o hospital tem que mandar a conta para a operadora em papel”, explicou Giuliano.
Esses critérios estabelecem sete níveis de hospitais digitais, de acordo com os recursos empregados. No nível mais elevado (nível 7), os benefícios observados do emprego da tecnologia incluem melhores margens operacionais, maiores lucros e receitas, além de mais eficiência: essas instituições, ao atenderem os requisitos da HIMMS, alcançaram até 50% mais pacientes atendidos com apenas 10% mais funcionários.
Giuliano, por meio da Folks e-Saúde, fechou um contrato com a HIMMS para adaptar o modelo no Brasil, traduzindo o manual e adaptando os critérios de acordo com a realidade do País. Para isso, serão usados dois hospitais nacionais como parâmetro.
Mesmo que não possam ser aplicadas integralmente e inalteradas no Brasil, experiências de países como EUA, Inglaterra, Austrália e Canadá no uso de tecnologias como os prontuários eletrônicos. Este último, por meio de programas governamentais (Canada Health Interway), buscam criar uma cultura nacional sobre a importância da criação de uma base de dados em saúde.
“É preciso provocar uma grande mudança no mercado, e os players é que vão promover isso”, disse Giuliano, ao destacar a importância do diálogo com o mercado para envolver não só as empresas, mas também profissionais de saúde e desenvolvedores, no intuito de criar padrões de interoperabilidade, massa de usuários e consciência da importância da privacidade.
Fonte: http://saudeweb.com.br