Publicado por Redação em Notícias Gerais - 17/04/2013
Governo decide hoje se mantém menor taxa de juros da história
Mercado aposta que, com inflação alta, governo deve subir taxa Selic
O Copom (Comitê de Política Econômica) do BC (Banco Central) vai definir nesta quarta-feira (17), em Brasília, a nova taxa básica de juros, a Selic, utilizada como referência para o custo dos empréstimos aos consumidores e empresas.
Embora as instituições financeiras consultadas pelo BC acreditem que a taxa seja mantida em 7,25% ao ano, analistas do mercado e economistas apostam que a taxa aumente na reunião de hoje.
Na última terça-feira (16), a presidente Dilma Rousseff garantiu que o governo não terá nenhum problema para atacar "sistematicamente" a inflação, mas que não precisará de juros tão altos como no passado para combatê-la.
A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação, que está em alta no País. No último dia 10, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado no sistema de metas de inflação, chegou a 6,59%, em 12 meses encerrados em março.
O índice ficou acima do teto da meta de inflação para o ano que é 6,5%. O centro da meta é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Cabe ao BC fazer com que a inflação termine, este ano, dentro da meta de inflação.
De acordo com as projeções do mercado financeiro, o IPCA deve fechar este ano acima do centro da meta, mas abaixo do limite superior. A estimativa é que o índice fique em 5,68%, contra 5,7% previstos na pesquisa da semana passada. Para 2014, permanece a estimativa de 5,7%.
Como a taxa afeta seu bolso
A Selic é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.
Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes.
Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.
Copom
A reunião do Copom é dividida em dois dias. No primeiro, a ser realizado nesta quarta-feira, os chefes de departamento do BC e o gerente-executivo de Relações com Investidores apresentam análises sobre a inflação, nível de atividade econômica do País e evolução do mercado financeiro.
No segundo dia, participam apenas o presidente e os diretores do BC, todos com direito a voto, além do chefe do Depep (Departamento de Estudos e Pesquisas), sem voto. Os diretores de Política Monetária e de Política Econômica analisam as projeções para a inflação e fazem recomendações para a taxa de juros de curto prazo. Em seguida, todos os diretores se manifestam e apresentam eventuais propostas alternativas.
Criado em junho de 1996, o Copom tem o objetivo de estabelecer as diretrizes de política monetária e de definir a taxa de juros, nos mesmos moldes do Fed (Federal Reserve, o BC americano).
Fonte: R7