Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 18/04/2012

Governo anuncia R$ 505 milhões para tratamento de câncer no SUS

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira o investimento de R$ 505 milhões no tratamento de câncer no país.

Nos próximos cinco anos, o governo deve priorizar a compra de 32 novos equipamentos de radioterapia e a modernização de outros 48 equipamentos, com a mesma finalidade, que já funcionam no país.

Segundo o ministro da pasta, Alexandre Padilha, os Estados do Norte e Nordeste serão priorizados no recebimento da tecnologia, além do interior do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que segundo Padilha, são os menos equipados atualmente.

A medida pretende reduzir o deslocamento dos pacientes em tratamento e aumentar o acesso da população.

Parte da verba liberada pelo ministério também será destinada ao desenvolvimento da droga Mesilato de Imatinibe, usada no tratamento de leucemia crônica.

"Vamos reforçar as parcerias entre dois laboratórios públicos e cinco privados. Em dois anos estaremos produzindo o medicamento no país e em quatro anos a oferta será sustentável", afirmou o ministro.

De acordo com o ministro, a medida segue a linha do que já é feito com as medicações usadas no tratamento de HIV. Metade das drogas para combater a doença, oferecidas de graça pelo governo, são produzidas em solo nacional.

"Assim teremos mais acesso aos medicamentos de ponta e ficaremos imunes à oscilação cambial", destacou Padilha.

Dados do ministério indicam que a balança comercial no campo da saúde no país é sempre deficitária. Hoje, esse resultado negativo chega a alcançar USD 10 bilhões, devido ao grande volume de remédios e equipamentos que precisam ser importados.

A demanda da saúde no país representa 9% do PIB e concentra de 30% a 35% de todo o esforço brasileiro em inovação tecnológica, além de mais de 10% da força de trabalho no nível superior.

PREFERÊNCIA

O ministro da saúde também destacou a que parte dos entraves hoje no tratamento do câncer estão relacionados as desigualdades no acesso ao tratamento e a falta de médicos em diversas regiões.

Mesmo diante deste problema, o ministro negou que pretenda flexibilizar o "Revalida", exame nacional de revalidação de diplomas médicos para profissionais graduados no exterior.

"Há muito rumor [sobre o assunto]. As pessoas têm que ter tranquilidade, porque a premissa do governo está em garantir a qualidade do médico e na supervisão do trabalho dele", disse.

Para Padilha, o governo já está tomando parte das providências para garantir que os médicos possam atuar nas regiões mais carentes do país. Por meio do aumento de 10% na nota dos residentes que quiserem concluir os estudos no interior, descontos no Fies, e o financiamento de bolsas para residência em especialidades fundamenteis, como oncologia e radioterapia.

Fonte: Folha


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