Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 31/07/2012
Genéricos crescem 22,1% e movimentam R$ 5,1 bilhões no semestre
Regiões Norte e Nordeste tem baixa participação de mercado.
As vendas de medicamentos genéricos cresceram 21,7%% em volume no primeiro semestre de 2012 no comparativo com o mesmo período de 2011. Foram comercializadas no período 321 milhões de unidades contra 264 milhões nos seis primeiros meses de 2011.
O conjunto das indústrias fabricantes de genéricos realizaram vendas que somaram R$5,1 bilhões nos seis primeiros meses do ano contra R$3,8 bilhões em igual período do ano passado, apresentando um salto de 33,1%.
Os genéricos desfrutam hoje de um peso importante no conjunto da indústria farmacêutica brasileira, que registrou crescimento de 11,4% em unidades. Ao excluir a participação dos genéricos nas vendas totais da indústria farmacêutica brasileira, o crescimento cai para 8,3%.
Para a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, o bom desempenho do setor ainda é reflexo do bom momento econômico vivido pelo país ao longo de todo ano passado. “O aumento da renda da população e outros indicadores socioeconômicos importantes, como o do pleno emprego, permitem que o cidadão consiga comprar os medicamentos que necessita”, afirma.
A executiva afirma que os genéricos funcionam como porta de entrada para o mercado farmacêutico. “Quem antes não podia comprar medicamento, começa pelos genéricos”, diz. Para ela os genéricos vem cumprindo o papel social de ampliar o acesso. “Em dois anos comercializadas em versões genéricas, algumas substancias chegam a triplicar o volume de vendas”, explica.
Desde que surgiram no mercado, em 2001, os genéricos geraram economia de 28 bilhões aos consumidores brasileiros. Com preços em média 50% mais baratos que os medicamentos de referencia, os genéricos também funcionam como reguladores de preços e demanda.
A ProGenericos estima crescimento na casa dos 25% em 2012. “A exemplo dos anos anteriores, devemos ter um segundo semestre com ritmo mais forte de crescimento”, diz Salles.
De acordo com os dados do IMS Health, instituto que audita o mercado farmacêutico no Brasil e no mundo, genéricos atingiram no mês de junho 26,6% de participação de mercado. Estimativas da ProGenéricos indicam que o segmento deve alcançar 30% de participação de mercado ainda em 2012.
Ampliação do acesso e participação regional
Para Telma Salles, além de explorar um “novo mercado” que pode atingir até US$ 2,5 bilhões formado por drogas que terão suas patentes vencidas até 2017, a ampliação do acesso volta a ser o foco da entidade para manutenção das taxas anuais de crescimentos na casa dos 25%. “Nossa foco é a ampliação do acesso, especialmente nas regiões do país onde a participação da categoria é baixa”, ressalta.
Estudos da ProGenéricos com base nos dados do IMS Health relativos às vendas acumuladas entre maio de 2011 e maio de 2012, demonstram que apesar de expressiva participação de mercado nas regiões sul e sudeste, os genéricos ainda não beneficiam amplamente as populações das regiões centro-oeste, nordeste e norte do país. “A participação desses estados nas vendas do segmento é bem inferior à média nacional, o que demonstra que os consumidores ainda não se beneficiam dos principais atributos dos genéricos que são preço e qualidade”, ressalta.
A executiva explica que o medicamento genérico é hoje a principal ferramenta de acesso a medicamentos disponível no país e que não é por acaso que 65% dos produtos distribuídos pelo Programa Farmácia Popular, do governo Federal, são genéricos. “Desenvolver o mercado de genéricos nas regiões onde a participação da categoria é fraca se resultará em benefícios para toda população local”, diz.
Para a ProGenéricos governos, classe médica e demais profissionais da saúde deveriam estimular uma maior conscientização por parte da população acerca dos genéricos. “ São essas iniciativas que certamente irão contribuir para o cumprimento da legislação, que indica o genérico como único produto capaz de substituir o medicamento de referencia nas prescrições médicas”, conclui.
Sobre os genéricos
Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. No Brasil, a regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da Lei 9.787.
A produção dos genéricos, que custam em média 45% menos que os medicamentos de referência, obedece a rigorosos padrões de controle de qualidade. Conforme determina a legislação, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência, estes últimos realizados em seres humanos.
Graças a estes testes, os medicamentos genéricos brasileiros são intercambiáveis. Ou seja, podem substituir os medicamentos inovadores eventualmente indicados nas prescrições médicas. Segundo determina a legislação, a troca pode ser recomendada pelo farmacêutico, nos pontos de venda, com absoluta segurança para o consumidor.
Os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como Canadá (Health Canadá), Estados Unidos (FDA), além da União Européia (EMEA), entre outros centros de referência de saúde pública no mundo.
Fonte: PróGenéricos