Publicado por Redação em Previdência Corporate - 07/01/2013

Gasto da Previdência com benefícios cresce 12,5% em 2012

Aposentadorias, pensões e outros benefícios somaram R$ 4,14 bilhões, número de beneficiados aumentou 8,7%

A Previdência Social pagou R$ 4,142 bilhões em benefícios na região de Sorocaba durante o ano passado. O valor é 12,58% maior quando comparado com 2011, quando o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) gastou R$ 3,679 bilhões com pagamentos na região, composta por mais de 50 municípios. A cidade de Sorocaba, que conta com duas agências da Previdência, recebeu 32% do montante pago pelo órgão. Durante o ano passado, os segurados do município receberam R$ 1,331 bilhão. Com relação a novos benefícios, foram 65.518 concessões, contra 60.273 registros no período anterior. Assim, entre 2011 e 2012 houve aumento de 8,7%.

Há situações, como na aposentadoria por tempo de contribuição e pensão por morte para o cônjuge, que o benefício é permanente. Em outras, porém, como os auxílios doença e maternidade, os benefícios são variáveis, assim, a quantidade de segurados muda de um período para o outro. Economista e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Plínio Bernardi Júnior afirma que os dados são insuficientes para se fazer uma análise econômica dos números divulgados. Segundo ele, para avaliar o comportamento previdenciário seria necessário saber quais foram os valores pagos em cada benefício oferecido pela Previdência Social.

"Se esse aumento de 8,7% na concessão de benefícios fosse exclusivamente nas aposentadorias, por exemplo, poderíamos apontar o envelhecimento da população. Existe uma série de variáveis envolvidas nos números previdenciários", comenta ele. Sobre a elevação no montante gasto pelo INSS, diz o professor, o cenário aponta tanto para aumento no número de segurados, ou seja, pessoas trabalhando com carteira assinada, como no valor pago em cada benefício. "As pessoas estão ganhando mais, recolhem mais e, proporcionalmente, quando precisam receber algum benefício, o valor pago é maior", avalia o professor. O principal objetivo da Previdência Social é a proteção financeira do trabalhador que, por algum motivo, está impossibilitado de trabalhar ou já chegou na época de aposentadoria que pode ser concedida por tempo de serviço ou por idade.

Segurados e beneficiados

Todo trabalhador com carteira assinada faz parte do quadro de segurados do INSS. Há também os segurados facultativos, que são os que recolhem a contribuição de forma independente. Há 19 anos entre os beneficiários dos INSS, a pensionista Terezinha Alexandrina da Silva, 74, afirma que a aposentadoria do marido já falecido é de extrema importância para sua subsistência. Acompanhada da filha Sônia Maria da Silva, a pensionistas lamenta apenas as burocracias exigidas pela Previdência Social em várias oportunidades. Na última sexta-feira ela foi à agência do Centro pedir um comprovante de segurada para poder fazer uma viagem interestadual pagando menos pela passagem. "Eles não deram, disseram que não tem mais senha", lamentou a filha. Sem querer se identificar, um metalúrgico que foi até a mesma agência ontem, também reclama da burocracia.

Diferentemente do que esperava, o técnico em enfermagem Eduardo Maia, 27, foi atendido em menos de dez minutos. Trabalhador da área da saúde, ele precisa afastar-se por dois meses. "Estou com uma infecção bacteriana e, para me preservar e preservar outros pacientes, preciso me afastar durante o tratamento", explicou. Como ele ainda está dentro do período de 15 dias de afastamento pagos pela empresa, o técnico passará por uma perícia para que um médico do INSS aprove o afastamento e libere o pagamento do benefício. "Me orientaram a fazer o agendamento por telefone ou internet. Fiquei surpreso com a rapidez no atendimento", elogiou.

Segurança para o trabalhador

Bernardi Júnior explica que a Previdência Social funciona como uma poupança com o trabalhador contribuindo compulsoriamente enquanto for contratado com carteira assinada. "É um recolhimento obrigatório. Esse valor vai ser usado quando a pessoa, por algum motivo, não pode continuar trabalhando. É uma forma de assegurar algum ganho para esse trabalhador", explica. O raciocínio parece simples mas, como lembra Bernardi Júnior, o rombo da Previdência é um assunto amplamente debatido e leva insegurança principalmente com relação aos valores que serão pagos aos segurados no futuro. Atualmente, o teto dos benefícios pagos é de R$ 3.912.

Para os trabalhadores que, na aposentadoria, desejam ganhar acima do teto oferecido pela Previdência Social a única alternativa é buscar outras formas de poupar. "A pessoa tem que viver com menos do que ganha e fazer uma aplicação desses recursos. A poupança que falamos não é especificamente a caderneta, e sim uma forma de guardar dinheiro", comenta. A previdência privada, diz o professor, é uma boa alternativa para as pessoas com dificuldade de fazer a poupança de forma espontânea. "Tem gente que se sente mais seguro pagando um boleto ou permitindo o débito automático mensal para fazer essa reserva, como é o caso da previdência privada", afirma o economista.

Sobre a previdência privada, porém, o economista afirma ser necessário observar as taxas (de administração e de depósito) cobradas pelo banco ou instituição financeira que vai administrar o fundo. Segundo ele, a falta de concorrência nesse setor faz com que os bancos cobrem valores relativamente altos e outras opções de investimentos podem ser mais interessantes. Algumas empresas, destaca o professor, têm seus fundos privados de previdência que, normalmente oferecem condições mais interessantes. "O importante é a pessoa fazer uma reserva, ter a ciência de que a força de trabalho e capacidade de ganho financeiro podem mudar no decorrer da vida", finaliza. 

 Fonte: www.cruzeirodosul.inf.br


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