Publicado por Redação em Previdência Corporate - 03/06/2011
Fundos de ações emergentes seguem sentindo impacto de aversão ao risco
SÃO PAULO – Com o sentimento de aversão ao risco ainda ditando o rumo dos mercados, a semana terminada em 25 de maio não trouxe muitas mudanças no mercado de fundos de investimento. O relatório semanal da EPFR Global, consultoria que monitora o mercado global de fundos, voltou a mostrar uma semana boa para os fundos de bonds, mas complicada para os fundos de ações, tanto emergentes quanto desenvolvidos.
Os fundos de ações acompanhados pela EPFR fecharam a semana com fluxo negativo de US$ 9,27 bilhões, e já tem o mais longo período de desempenho negativo desde o terceiro trimestre de 2010, relata a consultoria em relatório divulgado nesta sexta-feira (27).
EMEA: maior saída líquida em quase três anos
Um dos destaques negativos do período ficou com os fundos EMEA (Oriente Médio, Leste Europeu, África), que foram impactados pelos temores que voltaram a rondar a Zona do Euro nas últimas semanas. Com isso, as saídas de capital desses fundos bateram sua máxima em 144 semanas – pouco menos de três anos.
Nem mesmo os fundos de ações russos, que vinham despontando como destino preferido de investidores interessados em uma opção para se expor ao petróleo fora do Oriente Médio, escaparam de saídas de capital acima da média. Segundo a EPFR, além de dúvidas sobre a demanda pela commodity, os investidores começam a avaliar a possibilidade de um cenário politicamente instável em 2012, com o atual primeiro-ministro Vladimir Putin tentando retornar à presidência.
BRICs também não animam
O período também não foi positivo para os fundos de ações da América Latina, que sofreram com a agenda norte-americana e chinesa, e nem mesmo os fundos de emergentes mais diversificados, os GEM (Global Emerging Markets), conseguiram fechar a semana com captação positiva.
“Tem sido um ano ruim para os fundos que investem nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China)”, afirma a consultoria. Os fundos de ações de Brasil, Índia e China registram entre US$ 449 milhões e US$ 2,6 bilhões em saída líquida de capital no acumulado do ano.
Ásia é exceção, mas China não
A exceção da semana ficou com os fundos de ações asiáticos "ex-Japão", que investem nos países do continente, exceto na economia japonesa. “Alguns investidores decidiram que a correção recente abriu alguma oportunidade”, aponta a EPFR, justificando o forte fluxo de investimentos nesses destinos. Os fundos de ações de Taiwan tiveram sua segunda melhor semana no ano, enquanto os fundos coreanos registraram seu 9º saldo positivo de captação nas últimas 10 semanas.
Contrariando esse fluxo, os fundos de renda variável chineses encerraram a última semana com a maior saída líquida de capital desde o início do segundo trimestre de 2010, informou a consultoria.
Fonte: web.infomoney.com.br | 03.06.11