Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 27/01/2011

Farmácias manipulam drogas sem eficácia provada

Algumas das fórmulas mais populares em farmácias de manipulação não deveriam ser vendidas, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Um exemplo são os fitoterápicos emagrecedores, como a combinação de faseolamina (farinha de feijão-branco) e laranja amarga (Citrus aurantium) e a pholia magra (porangaba). Essas três plantas, segundo a agência, não têm eficácia comprovada.

O problema, de acordo com o farmacêutico Newton Andréo Filho, professor da Unifesp, é que não há uma lista das substâncias que podem ser manipuladas.

"Tudo o que entra no país a farmácia acha que tem a condição de manipular. Falta estabelecer quais são os critérios que definem o que pode e o que não pode."

A Anvisa tem uma lista, publicada em 2009, com 20 insumos farmacêuticos registrados, todos químicos. Não há lista de insumos fitoterápicos permitidos.

"Enquanto a regulamentação da indústria farmacêutica é rígida, não há certeza quanto à segurança e à eficácia dos manipulados", diz a química Ana Célia Pessoa da Silva, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

"O preço dos manipulados é mais baixo, mas a qualidade não é garantida."

Segundo Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag (associação das farmácias de manipulação), a falta de uma lista de princípios ativos deixa todas as farmácias em uma situação aparentemente irregular.

"Na verdade, não estamos na ilegalidade. O problema é que faltam esclarecimentos."

Em geral, substâncias sem eficácia comprovada são aquelas que não são usadas como princípio ativo de medicamentos registrados.

O caso mais recente é o da Caralluma fimbriata, planta asiática usada para emagrecimento que teve a importação e comercialização suspensa no dia 21 de dezembro.

Para José Luis Miranda Maldonado, assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a Anvisa só informa que essas substâncias são proibidas depois que elas se tornam populares.

"Há muita propaganda enganosa de substâncias sem eficácia comprovada, o que deveria ser proibido."

OUTRO LADO

De acordo com a Anvisa, os "Registros de Insumos Farmacêuticos Ativos" ainda estão em fase de implantação e devem ser ampliados.

Para a agência, o problema do setor é o não cumprimento das regras vigentes.

Cabe à farmácia pesquisar sobre os insumos e saber se eles podem ser manipulados, com base nos remédios registrados na Anvisa.

"As farmácias que insistirem no uso desses insumos sem comprovação estão cometendo infração sanitária."

A agência diz que, se o consumidor detectar irregularidades, deve entrar em contato com a Vigilância local ou com a própria Anvisa.

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 27.01.11


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

Cientistas britânicos produzem vacina sintética contra febre aftosa

  Uma nova vacina sintética contra a febre aftosa, apresentada como mais segura e mais resistente do que as já existentes, foi desenvolvida por cientistas britânicos, segundo um artigo publicado nessa quarta-feira (27) na revista especializada PLO Pathogens.

Saúde Empresarial, por Redação

No mundo, metade dos diabéticos vive sem saber que tem a doença

O número de casos de diabetes no mundo está aumentando: estima-se que, atualmente, 371 milhões de adultos tenham a doença — cinco milhões de casos a mais do que há um ano.

Saúde Empresarial, por Redação

Ministério libera R$ 54,8 milhões para hospitais universitários federais

Portaria do Ministério da Saúde publicada nesta segunda-feira (29) no Diário Oficial da União autoriza a liberação de R$ 54,8 milhões para a reestruturação de hospitais universitários federais.

Deixe seu Comentário:

=