Publicado por Redação em Vida em Grupo - 26/04/2012

Executivo precavido tem ações, previdência e seguro de vida

Especialistas indicam a carteira ideal de investimentos para garantir rentabilidade e proteção do curto ao longo prazo

A enxurrada de produtos financeiros que prometem proteção e rendimentos para a vida toda pode ter efeito reverso: é tanta opção e tanta promessa que, na prática, os efeitos se anulam ou o investidor acaba não escolhendo coisa alguma. Renda fixa, variável, seguro disso, seguro daquilo, fundos diversos. Mas, afinal, o que ter em carteira? Osvaldo Nascimento, diretor de investimentos e previdência do Itaú, destaca que o brasileiro precavido deve pensar em prazos e objetivos para definir a distribuição de seu dinheiro. Seguro de vida e plano de previdência podem complementar a carteira de quem busca proteção. A diferença é que investimentos são para rentabilidade, e seguros são para proteção, diferencia o executivo.

"Ao contrário de um plano de previdência, que é para um evento previsto, que é a velhice, e visa renda para este período, um seguro de vida é para proteção em caso de risco aleatório e não risco certo", explica Nascimento.

Para estar protegido de riscos aleatórios e dos previstos, a carteira ideal proposta por Nascimento é composta por renda fixa (Certificado de Depósito Bancário, fundo de renda fixa ou mesmo poupança), fundo multimercado (mais risco e mais prazo, mesclando juros, moedas e bolsas) e previdência privada (longo prazo). O acréscimo aos produtos de investimentos é o seguro de vida.

Independente da carteira, Nascimento ressalta que é a disciplina de acumulação que faz o executivo precavido. "Hoje temos clientes no segmento private que a vida toda foram assalariados, sem grandes riquezas, mas que souberam poupar com disciplina e que tem patrimônio maior que herdeiros ou grandes empresários", compara.

Para quem busca aplicação com segurança, ou seja, correndo menos riscos, consultores indicam ir além da poupança incrementando o portfólio com títulos públicos federais e fundos multimercados. O objetivo é guiar os investimentos pela variação da taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

O fundo multimercado, portanto, deve ter a taxa como referência.

"Independente de cenário, a taxa é um reflexo do mercado. E não há melhor conselheiro do que o próprio mercado. Quando o cenário econômico sofre revés, a taxa se inverte", diz Fernando Góes, analista da Octo Investimentos.

Porém, são poucos os produtos no mercado com esse perfil, adverte o analista da Método Investimentos, Alexandre Ghirghi. Títulos públicos federais costumam remunerar 80% a 90% do CDI e podem ser atrelados à inflação.

Para quem quer mais rentabilidade, mas não abre mão de proteção, outras aplicações, como CDB remuneram até 100% do CDI e são cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), reforça Ghirghi. Porém, o valor total das aplicações não devem ultrapassar R$ 70 mil.

Quem aceita um pouco de pimenta na carteira de investimento pode incluir ações que resistem à volatilidade da bolsa e pagam bons dividendos, como empresas do setor elétrico (AES Tietê, Cemig e Copel), e papéis da Cielo, Ambev e Souza Cruz.

Conforme o prazo de investimento, a composição de uma carteira defensiva muda.

"Quem opta pelas aplicações asseguradas pelo fundo garantidor deve considerar que irão rentabilizarem prazos mais dilatados e apenas 70% da aplicação pode ficar assegurada, por exemplo," diz Ghirghi.

Além disso, a chance do cenário econômico mudar em prazos mais dilatados é maior. Portanto, a preferência deve ser por títulos de renda fixa pós-fixados. No curto prazo, o cenário se inverte.

Para quem quer montar uma carteira mirando o curto prazo, de até um ano, Góes recomenda que a carteira tenha 20% em renda variável, ou seja, papéis que sofrem menos com a volatilidade da bolsa e pagam bons dividendos, e 80% em renda fixa (como LFT ou CDB). Entre os investimentos em renda fixa, 80% devem ser títulos prefixados e 20% pós-fixados.

Para investimentos de médio prazo, de um a três anos, a proporção de ações sobe para 30%. Entre os investimentos em renda fixa, 50% devem ser pós-fixados e 50% prefixados.

Para aplicações de mais de três anos, 60% da carteira deve ser composta por produtos de renda fixa (sendo que 70% pós-fixados e 30% prefixados) e 40% de produtos de renda variável.[2]

Guirghi também ressalta que o grau de proteção deve considerar o perfil do investidor e não apenas fórmulas.

Fonte: segs


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