Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 01/08/2013
Estresse no início da vida aumenta preferência por gordura e açúcar
Se você tem preferência por alimentos ricos em gordura e açúcar, a justificativa para esse tipo de paladar pode estar relacionada aos primeiros dias de vida. É o que revela um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresentado na reunião anual da Sociedade para o Estudo do Comportamento Ingestivo, em Nova Orleans (EUA), nesta terça-feira (30).
De acordo com a pesquisa, quem passou por um ambiente estressante ao nascer, como uma UTI neonatal, tem tendência à ansiedade e a optar por alimentos mais calóricos quando adulto.
Normalmente, alimentos gordurosos e açucarados são ingeridos em resposta ao estresse e contribuem para a obesidade. Já as respostas hormonais ao estresse na idade adulta também desempenham um papel fundamental na escolha dos alimentos, especialmente entre as mulheres.
O objetivo do estudo foi verificar se a exposição ao estresse no início da vida também poderia levar ao aumento do consumo de alimentos calóricos na vida adulta, além da ansiedade. Para isso, uma ninhada de ratos foi submetida ao estresse precoce, enquanto outra recebeu o tratamento padrão nos primeiros dias de vida.
A ansiedade e o estresse foram mensurados na vida adulta, bem como a preferência por alimentos calóricos. As refeições consumidas foram analisadas ao longo de quatro dias por meio de um sistema informatizado. Os ratos que foram submetidos ao estresse logo no início da vida apresentaram mais ansiedade, aumento do estresse e preferência por alimentos ricos em gorduras e açúcar.
"Este é o primeiro estudo a demonstrar que a preferência alimentar por alimentos calóricos poderia ser resultado de uma exposição ao estresse precoce", afirma Tania Machado, autora do estudo. A ansiedade e alteração das preferências alimentares encontradas nos animais expostos à adversidade neonatal podem estar relacionadas com as alterações descritas na resposta hormonal ao estresse.
Estudos futuros na área podem contribuir para evitar a obesidade e esse tipo de comportamento em populações vulneráveis, como, por exemplo, crianças que passaram pela UTI neonatal.
Fonte: Uol