Publicado por Redação em Vida em Grupo - 12/03/2014
Empresas pequenas usam seguro para atrair e reter mão de obra
Para incentivar pequenas empresas a dar benefícios aos funcionários, seguradoras estão oferecendo produtos simplificados para o segmento.
A Brasilprev, empresa de previdência complementar do Banco do Brasil, reformulou sua oferta para micro e pequenas empresas em outubro do ano passado.
Entre as mudanças, estão a facilitação da contratação (feita nas agências) e a redução das taxas de administração conforme aumentam os valores investidos.
Também é possível contratar a previdência na modalidade averbada, na qual o empresário não tem custo para disponibilizar o plano para os funcionários.
Segundo Mauro Guadagnoli, superintendente comercial da Brasilprev, nos últimos três meses do ano passado os valores depositados por funcionários de micro e pequenas empresas foram 2,5 vezes maiores do que em todo o ano de 2012.
No segmento de seguros de vida, seguradoras têm produtos na modalidade global, em que o cliente contrata um valor único de seguro para todos os funcionários. No caso de morte, a indenização será o seguro contratado dividido pelo número de segurados.
O vice-presidente da SulAmérica Carlos Alberto Trindade Filho diz que o modelo é adequado para empresas menores por elas terem, em geral, menos diferenças salariais entre os funcionários.
SAÚDE
Outro segmento que cresce entre as pequenas empresas, apesar de ser o de maior custo, é o de planos de saúde, diz André Martins, sócio da corretora de seguros Brasil Insurance.
Segundo ele, o movimento acontece em parte devido à diminuição de planos individuais no mercado por causa da regulamentação da ANS (agência reguladora do setor) sobre reajustes de preços.
Isso tem incentivado a oferta de planos para empresas a partir de dois funcionários desde o fim de 2012.
Na Direct Talk, empresa de tecnologia para atendimento ao cliente, planos de saúde são uma das estratégias para atrair e manter bons profissionais, segundo Telma Tardivo, 36, chefe da área de cultura organizacional.
Ela diz que a empresa oferece plano com custo mensal de cerca de R$ 300 por pessoa, sendo que os profissionais arcam com 20% do valor. Hoje são 65 funcionários.
Quando a empresa que oferece o plano pediu um reajuste dos valores, levei para uma reunião e disse que, caso alguém não estivesse de acordo, procuraríamos outra opção, conta. Todos quiseram manter o benefício.
Segundo ele, como no setor de atuação da empresa há muita concorrência por profissionais, é necessário dar benefícios concretos (seguros, por exemplo) e outros mais intangíveis, como flexibilidade de horários.
Há planos até mesmo para floriculturas
Os seguros patrimoniais para pequenas empresas, que têm como objetivo cobrir incêndios ou roubos, estão ficando cada vez mais específicos.
Entre as opções, há planos para bares, restaurantes e padarias. Um seguro de floricultura da Liberty, por exemplo, pode ter cobertura para danos a mercadorias ou furto de arranjos em trânsito.
Felipe Smith, diretor-executivo da Tokio Marine, que lançou na última semana um seguro para clínicas e consultórios, afirma que o objetivo é aproximar pequenos empresários oferecendo coberturas que se adequam às necessidades deles.
Entre as opções de cobertura, está o reembolso de custos com advogados em caso de erros.
José Luiz Romero, 42, contratou um seguro da SulAmérica para o restaurante Real Astoria, no Rio de Janeiro, ao custo de cerca de R$ 5.000 ao ano.
Romero diz que um atrativo do seguro é a cobertura que garante o percurso feito por manobristas da entrada do restaurante ao estacionamento.
Até o momento, afirma, ainda não foi preciso acionar a seguradora.
Segundo Wesley Mendes, professor da Fundação Getulio Vargas, o lançamento desses produtos é uma forma de tentar diminuir o desconhecimento entre empresas e clientes que existe no setor.
Para ele, os seguros podem diminuir de forma significativa os riscos em empresas menores, especialmente por elas não terem profissionais dedicados a monitorá-los.
Fonte: Folha de São Paulo
Por Felipe Oliveira