Publicado por Redação em Notícias Gerais - 03/01/2013

Empresas digitalmente maduras são 26% mais lucrativas, aponta estudo

A Capgemini Consulting em parceria com o Centro de Negócios Digitais do MIT anunciou os resultados de uma pesquisa global que analisa como as companhias estão lidando e se beneficiando com a "transformação digital" – ou seja, o uso de tecnologias digitais, como mídia social, tecnologias móveis, análise de dados e dispositivos embutidos, para melhorar o desempenho e o alcance da empresa. O estudo The Digital Advantage: How digital leaders outperform their peers in every industry revela que as companhias que realizaram uma transformação profunda de seus negócios por meio da tecnologia ganham uma "vantagem digital" considerável e apresentam um desempenho significativamente melhor do que seus concorrentes.

No entanto, a pesquisa também revela que, apesar do potencial transformador da tecnologia em todos os aspectos, desde a criação de maior eficiência, produtividade e colaboração até o aprimoramento da experiência dos clientes, poucas empresas estão realmente tirando proveito dos benefícios gerados pela transformação digital, sendo que a maioria apresenta um sério risco de ser deixada para trás pela concorrência.

A pesquisa de dois anos, que entrevistou 400 importantes companhias do mundo inteiro, descobriu que a maturidade digital tem duas dimensões – a Intensidade Digital (o "que") e aIntensidade da Gestão da Transformação (o "como"). Em outras palavras, o que a empresa está fazendo com as tecnologias e como ela está administrando o processo de transformação. São essas organizações maduras em ambas as dimensões que estão gerando a vantagem digital mais poderosa:

A maturidade digital é relevante. O estudo revela uma vantagem significativa e mensurável em termos de desempenho para as organizações que possuem uma abordagem altamente desenvolvida ou madura em relação à transformação digital. Essas companhias que demonstram um alto desempenho – as "Digirati" – superam seus concorrentes quando analisadas com várias métricas financeiras. Elas geram, em média, 9% mais receita por meio dos recursos existentes, superam seus concorrentes em 26% em termos de lucratividade e conquistam uma avaliação de mercado mais expressiva (12%).

A maturidade digital é relevante em todos os setores, desde o de tecnologia até o de empresas físicas. O estudo também revela que, mesmo havendo níveis diferentes de maturidade de acordo com o setor, existem líderes digitais que estão superando seus concorrentes em todos eles. A pesquisa revelou que a maior parte das Digiratisestá presente nos setores de alta tecnologia (38%), bancário (35%), viagens e hospitalidade (31%), seguros (33%) e telecomunicações (30%), mas também de alimentos embalados (24%), serviços públicos (20%), varejo (26%), manufatura (12%) e farmacêutico (7%), mas em menor escala.

Empresas de diversos setores já começaram a transformação, mas algumas marcas evoluíram mais do que outras, como a famosa marca de artigos de luxo Burberry. Quando a CEO Angela Ahrendts assumiu o cargo, em 2006, ela lançou um extenso programa de transformação, que abrangia várias áreas, desde a experiência do consumidor até a excelência operacional, motivada principalmente pelas tecnologias digitais. Esse programa de mudança foi administrado de perto para obter consistência entre os canais, envolver funcionários, garantir os talentos certos e desenvolver o relacionamento da empresa com a TI. Uma governança específica e novos cargos foram criados e os talentos inexistentes foram desenvolvidos ou contratados. De acordo com Angela Ahrendts, "as tecnologias digitais têm sido um catalisador para tudo na companhia e, quando conseguimos envolver todos os colabores nesse conceito, eles desejaram se conectar ainda mais".

Empresas no mundo inteiro podem – e devem – agir agora

A abordagem que as empresas digitalmente maduras usam podem ser adotadas por qualquer companhia que possui a liderança para fazê-lo. A pesquisa identificou padrões comuns na maneira com que as principais empresas criam sua vantagem digital – o 'DNA digital'. Primeiro, asDigirati investem de forma considerável no "como"da transformação digital. Elas criam e compartilham a mesma visão digital, estimulam todos os funcionários a entenderem a visão, implementam estruturas de governança digital adequadas para garantir a liderança e a responsabilidade pela transformação, investem na atualização das competências e constroem relacionamentos sólidos entre os departamentos administrativos e de TI/tecnologia. Em segundo lugar, tomam decisões claras sobre o que transformar, realizando investimentos com base em seus pontos fortes e na dinâmica de seus concorrentes. Por exemplo, algumas se superam no processo de digitalização, com grande ênfase na análise de dados e na colaboração interna, e outras optam pela excelência da experiência do cliente por meio da integração dos canais. As empresas Digiraticonquistaram a excelência no caminho que escolheram, movendo-se de um ponto forte para outro, para dominar seus segmentos. Todos os líderes podem usar essas práticas para ajudar suas companhias a obterem a vantagem digital.

"Para obter uma vantagem digital, é preciso mais do que investir em tecnologias digitais. Exige a criação de uma estrutura de liderança para visualizar e provocar a transformação. A transformação digital ocorre com base tanto na liderança e na mudança organizacional quanto na implementação de novas tecnologias. É, portanto, um exercício a ser feito de cima para baixo, que exige as qualificações e a influência que apenas os líderes executivos possuem. Apesar de não haver um modelo que se adapte a todas as empresas em termos de transformação digital, identificamos padrões comuns sobre como as companhias criaram sua vantagem digital com sucesso. Todos os líderes podem usar essas práticas para ajudar suas empresas a obterem uma vantagem digital, mas tanto as companhias líderes quanto as que ficaram para trás precisam reconhecer que esse é um processo de constante reinvenção", afirmou George Westerman, cientista que liderou a pesquisa em nome do MIT.

Fonte: www.administradores.com.br


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