Publicado por Redação em Notícias Gerais - 18/06/2012
Sustentabilidade e seguro
Pela própria natureza e pela missão de pagar indenizações decorrentes de eventos das mais diversas origens, as seguradoras acompanham as mudanças que afetam o clima
Em época de pesar o que aconteceu nos últimos 20 anos, com parte do mundo com os olhos no Rio de Janeiro, a Rio+20 levanta um tema interessante, sob a ótica do setor de seguros. Qual a importância de cuidar do planeta? Será que a consciência é a mesma em todos os países, em todas as regiões,para todas as pessoas? Será que o ser humano e suas instituições, num passe de mágica, se convenceram da necessidade de tratar a Terra com carinho?
Não, isso não aconteceu.Nem está perto de ocorrer.O ser humano reage lentamente, até quando a mudança não pode mais ser adiada. Todos têm certeza de que muita coisa precisa ser feita, mas ninguém está disposto a abrir mão do seu em favor de todos. Pelo contrário, basta olhar a Europa mergulhada numa profunda crise e as dificuldades que os governos estão enfrentando para modificar as leis trabalhistas e previdenciárias para se ter certeza de que vai levartem po para o planeta ser visto por todos como o único bem que não pode ser destruído. Pelo contrário, ou o protegemos de nós mesmos ou a situação tende a piorar cada vez mais, transformando nosso lar no universo num lugar hostil para nosso modo de vida.
Algumas atividades econômicas têm mais, outras têm menos consciência desta realidade. Há setores que não estão nem aí para o que fazem, se estão causando danos ao planeta ou a outras pessoas. Simplesmente tocam em frente como se o amanhã não fosse com eles, como se não tivessem nenhuma responsabilidade pelo estrago que vai sendo feito e por isso lhes é indiferente o que os outros pensam. Mas há setores que, de uma forma ou de outra, acordaram para o problema. Gente que tem noção de que do jeito que vai não dá mais e que é necessário encarar as mudanças, sob o risco de a terra se tornar um planeta pouco amigável para o ser humano.
Não seria a primeira vez que mudanças colossais encerram ciclos de vida, vários deles muito mais longos que o nosso. Os dinossauros estão aí, fósseis encontrados enterrados nos mais diversos locais, depois de milhões de anos dominando o planeta.
O setor de seguros é uma das atividades humanas mais próximas da realidade do planeta. Pela própria natureza, pela missão de pagar indenizações decorrentes de eventos das mais diversas origens, as seguradoras acompanham as mudanças que afetam o clima da Terra,bem como o movimento das placas tectônicas, responsáveis pelos terremotos e tsunamis que vão arrasando as regiões onde ocorrem.O negócio de uma seguradora é assumir a responsabilidade pela reposição de bens e capacidades de atuação afetados pelos riscos que ameaçam a existência e o funcionamento de seus segurados.
Nesse contexto, as companhias de seguros e resseguros acompanham o incremento dos eventos de origem natural. Ao longo dos últimos anos, as indenizações decorrentes de tempestades, furacões, tufões, ciclones, tornados, vendavais, chuvas, granizo, secas, terremotos, tsunamis, etc. tomaram um vulto inimaginável, levando a capacidade delas indenizarem ao limite do mercado.
Ninguém tem dúvida que a curva ascendente deve prosseguir, com os prejuízos crescendo de forma acelerada, entre outras razões porque as grandes aglomerações humanas estão invariavelmente em áreas sujeitas a eventos da natureza.
Nesse contexto, as seguradoras são grandes interessadas em minimizar os danos. Menos sinistros significam menos indenizações. Então, além das razões de bom senso em nome da sobrevivência da espécie, a atividade é movida também por razões pragmáticas.
Razões que têm levado o setor a investir no estudo dos fenômenos que afetam a Terra para encontrar soluções que pelo menos atenuem os danos potenciais,apontando caminhos alternativos, tanto para a ocupação do planeta como para sua exploração econômica.
Em outras palavras,asseguradoras vão deixando de ser enormes caixas, que atuam passivamente depois da ocorrência de um prejuízo, para se transformarem e agentes modificadores da realidade atual. Para elas, isso é questão de vida ou morte.
Fonte: cqcs