Publicado por Redação em Carreira - 10/03/2022

Dia da Mulher: executiva conta sua história e dá conselhos sobre liderança



Hoje, apenas 37,4% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres, é o que mostra pesquisa realizada pelo IBGE. Mesmo que tenham mais experiência ou anos de estudo que seus pares homens, acabam ficando para trás.

A especialista em carreira e fundadora da Bússola Executiva, Patricia Y Agopian conhece bem essa jornada. “Nos 20 anos em que fui executiva das maiores empresas do mundo, pude presenciar verdadeiras transformações, em especial a minha, que comecei como assistente em uma das maiores empresas de varejo do país, e mesmo sendo algo inimaginável dentro da companhia, passei do cargo “operacional” para o “executivo”, como a primeira pessoa no Brasil – e mulher- a conseguir tal façanha, mesmo ouvindo que aquilo não era para mim”.

Ela lembra que além da questão do gênero, tinham agravantes em seu currículo como não ter inglês fluente, nem uma grande faculdade, o que era exigida para altos cargos. Não tinha muita coisa a seu favor.

“O machismo sempre existiu, ainda mais há duas décadas: os executivos tinham uma linguagem extremamente masculina, viviam falando bobagens, mas eu nunca liguei. Eu digo que me ‘infiltrava’ para aprender o que eles faziam, gerando valor no meu trabalho e me ajudando a aperfeiçoar minha capacidade em transitar no meio corporativo”, explica.

Ela acrescenta que ser mulher em um ambiente corporativo, ainda é uma grande dificuldade cultural, mas ressalta que conseguiu vencer a barreira do preconceito ignorando a questão do gênero e aprendendo o dialeto executivo. “É difícil, mas é possível pensar em um cargo, independentemente do gênero. Sabemos que ainda existem muitas diferenças de oportunidade e salários entre homens e mulheres, mas isso precisa acabar. Como? É fundamental que as companhias definam e sigam – políticas sérias relacionadas à igualdade de gênero. E da nossa perspectiva enquanto mulher, fazer a diferença, se tornar desejada pelo mercado de modo que o fator gênero passe a não importar mais, como eu fiz”., defende a especialista.

Patricia acrescenta que é curioso perceber que muitas companhias são compostas por profissionais que, muitas vezes, não representam os grupos sociais a quem esse negócio serve sem contar que a diversidade pode fazer toda a diferença ao se criar estratégias de marketing, por exemplo.

Para as mulheres que almejam cargos executivos. “A frase que acompanha e que permeou toda a minha carreira foi: ‘ser antes de ter’. Antes de desejar ser um executivo, você precisar ser um, mostrar robustez, se comportar e falar como tal, assim será visto como um potencial talento para a empresa. Executivo não nasce pronto, ele se transforma em um. Reforço sempre que existem dois itens fundamentais para ser um executivo de sucesso, coragem e persistência. Coragem para se comprometer com o seu aprendizado e persistência porque muitas vezes as coisas não vão dar certo, e é preciso seguir.”, ensina.

No inicio da pandemia, – em março de 2020-, Patricia fundou a Bússola Executiva que ajuda pessoas no desenvolvimento pessoal e corporativo, traçando uma rota diferente dos demais tornando possível o sonho de dezenas de profissionais. Até o momento já formou 954 alunos (55% do sexo masculino e 45 % do sexo feminino). Aproximadamente 15% foram promovidos ou tiveram aumento salarial, transição ou recolocação em seus empregos – em três meses, em média. Do total, 15,3% foram mulheres e 16% homens.



Fonte: Mundo RH


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