Publicado por Redação em Gestão do RH - 01/02/2023

Demissão humanizada reduz impacto negativo; entenda como funciona



Na última sexta-feira (20), a Alphabet, dona do Google, foi mais uma gigante de tecnologia a anunciar demissões em massa, com o corte de 12 mil funcionários. Antes disso, Microsoft, Amazon e Twitter – entre outras – fizeram o mesmo. Estima-se que quase 60 mil pessoas já foram afetadas por esses desligamentos no mundo todo. Nos processos de cortes, trabalhadores têm relatado uma falta de cuidado das companhias no anúncio das demissões, com muitos deles sabendo delas por email, por meio de outros funcionários da companhia ou, até mesmo, pelos noticiários – uma demissão nada humanizada.

O processo de demissão, por si só, já é difícil por envolver a segurança financeira e o plano de carreira de quem será desligado. Por sua vez, a empresa também pode ser impactada negativamente por isso, seja pela má reputação que terá com ex-funcionários que foram demitidos ou por gerar apreensão e queda de engajamento dos colaboradores que ficam. “É importante sempre ser transparente em relação aos motivos da demissão, o que está acontecendo na organização, quais são os planos e desafios da área”, diz Paula Esteves, sócia e co-CEO do Grupo Cia de Talentos.

Apesar dessas dificuldades, especialistas confirmam que há maneiras de diminuir os impactos negativos nas pessoas desligadas e nas organizações com a mudança das práticas envolvidas nesse processo. Confira algumas ferramentas para tornar os desligamentos mais humanizados.


Respeito é a chave de uma demissão humanizada

Uma demissão humanizada é, em essência, respeitosa, e não acontece sem a comunicação com um encarregado da empresa. Ou seja, comunicar o desligamento por email ou com o bloqueio do computador profissional do empregado são formas nada respeitosas de demitir alguém. Essa falta de empatia, na verdade, torna a demissão pior para o colaborador e para a empresa – além de o funcionário deixar de admirar a organização e, provavelmente, não recomendar que outros trabalhem lá.


A notícia do desligamento deve ser dada pela liderança

Como o processo de demissão é uma importante parte da construção da marca empregadora e impacta o clima organizacional, as companhias que desejam demitir de forma humanizada devem fazê-lo por meio de uma conversa com a liderança imediata de quem será desligado. Depois, promova uma conversa com o RH para elucidar os próximos passos a serem tomados. Nessas reuniões, devem ser priorizadas a transparência, honestidade e a explicação da decisão pela saída do funcionário – em especial, se ela acontecer por conta da estratégia da empresa ou pelo desempenho negativo do funcionário.


Prefira reuniões de demissão presenciais

Apesar de a demissão presencial ser preferível, uma reunião online pode ser feita em caso de trabalho remoto. Independentemente do meio em que for realizada, quem estiver conduzindo o desligamento deve ouvir o que a pessoa tem a dizer e agradecê-la pelas contribuições que ela trouxe durante o tempo em que esteve na empresa, além de orientá-la sobre os próximos passos.


Se possível, ofereça assistência a quem for demitido

Além disso, sempre que possível, ofereça assistências e benefícios para quem for ser desligado, como extensão do auxílio médico, apoio na recolocação do trabalhador e contratação de consultoria de outplacement. “Dessa maneira, as pessoas percebem que a empresa se preocupa com elas durante toda a sua jornada, desde o processo de contratação até o desligamento”, afirma Esteves.


Porta-vozes podem humanizar demissões em massa

Em um cenário de incerteza econômica, as demissões em massa, em sua maioria, pouco humanizadas, têm se tornado regra para grandes empresas do ramo de tecnologia. Humanize esses processos fazendo reuniões individuais ou em pequenos grupos com quem será desligado. Se isso não for possível, escolha um porta-voz da organização que transmita a notícia dos desligamentos de forma clara, direta e respeitosa em uma conversa ao vivo, seja online ou presencial. “Quando as demissões acontecem de forma humanizada, elas costumam ser menos traumáticas e mais transparentes”, explica a co-CEO do grupo Cia de Talentos.



Fonte: Forbes


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