Publicado por Redação em Previdência Corporate - 27/07/2012
Deficit da Previdência cresce 38% em um ano e chega a R$ 2,76 bi
O crescimento da arrecadação da Previdência Social teve um forte desaceleração em junho, contribuindo para um salto no deficit do mês.
A arrecadação, que vinha crescendo na casa de 9% ao mês, subiu 5,1% no mês passado ante o mesmo período de 2011, segundo o Ministério da Previdência Social. Como as despesas com benefícios continuaram crescendo com força (alta de 8,1%), o deficit da Previdência Social deu salto em junho de 38,1%, para R$ 2,757 bilhões.
Segundo o secretário de políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim, era esperada uma desaceleração na receita devido ao desaquecimento do mercado de trabalho nos últimos meses. No entanto, ele considerou que a queda na taxa de crescimento foi grande e surpreendeu.
De acordo com ele, é preciso esperar o resultado do mês de julho para saber se o resultado do mês passado foi um caso isolado ou se há uma tendência de crescimento menor da arrecadação.
"Essa queda no crescimento preocupa, mas é cedo para dizer que há uma tendência. E, mesmo que essa resultado se repita nos próximos meses, não deve ser uma tendência de longo prazo, pois a economia deve se recuperar neste semestre, o que vai contribuir para o aumento das contribuições previdenciárias", disse o secretário.
Apesar do aumento do deficit em junho, no ano o saldo negativo da Previdência Social ficou quase estável em relação a primeira metade de 2011, com alta de apenas 0,1% para R$ 20,780 bilhões. Devido ao bom resultado da arrecadação no início do ano, a expectativa do secretário é que o deficit fique em R$ 38 bilhões no fechamento de 2012, uma previsão melhor do que a projeção anterior, de R$ 39,5 bilhões.
Além do desaquecimento da arrecadação, o aumento do deficit da Previdência em junho foi puxado, mais uma vez, pelo forte aumento das despesas com benefícios rurais, que cresceram muito no ano por causa do forte aumento do salário mínimo de 7,5% real em 2012.
O deficit rural subiu 11,5% em junho, para R$ 4,989 bilhões, enquanto o urbano caiu 10%, para R$ 2,229 bilhões.
PENSÕES
Rolim ainda afirmou na coletiva de imprensa que o pagamento total de pensões no ano ultrapassou R$ 100 bilhões pela primeira vez em 2011. Esse valor inclui o pagamento de pensões pelo INSS (mais de R$ 60 bilhões em 2011) e os benefícios pagos aos pensionssitas pela União e os governos estaduais e municipais. Foi a primeira vez que o número foi divulgado.
Segundo o secretário, o Brasil é o país que paga o maior valor em pensões no mundo. Os benefícios equivalem a 2,8% do PIB no Brasil, o dobro do padrão internacional, de acordo com Rolim.
O Ministério da Previdência está estudando mudanças nas regras de pagamento de pensão para reduzir esse valor, mas não há previsão de quando elas serão levadas a cabo.
A intenção do governo de extinguir o fator previdenciário, que permite que os trabalhadores se aposentem mais cedo, com benefícios menores, também não tem previsão de data para acontecer.
O governo esperava que as novas regras poderiam ser votadas Congresso em agosto, mas não serão mais devido à necessidade da Casa de apreciar medidas provisórias que estão na pauta de votação, disse o secretário.
Fonte: www.jornalfloripa.com.br