Publicado por Redação em Notícias Gerais - 03/10/2012
Corretoras de seguros focam em negócios de infraestrutura
As principais corretoras de seguros e resseguros do país têm olhado o aumento dos investimentos em infraestrutura para balizar suas estratégias de expansão para os próximos cinco anos. A Aon tem como meta crescer 30% anualmente no segmento de óleo e gás, setor que também é considerado chave para JLT e Marsh. Todas estão de olho nos projetos que virão dos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em 2013.
Segundo José Felipe Vieira de Castro, presidente da Aon, a corretora espera que sua carteira de R$ 250 milhões em prêmios de seguros do segmento de óleo e gás cresça este ano 32% em relação ao ano passado e mantenha esse ritmo de expansão nos próximos anos. Essa carteira deve ganhar espaço frente ao carro-chefe da empresa, o seguro-saúde, que conta com R$ 700 milhões em prêmios. "Continuaremos investindo no nosso principal negócio, mas vamos seguir a tendência de mercado e olhar mais para óleo e gás."
A corretora criou há três anos uma área especializada no segmento, em sua filial no Rio. "Há cada vez mais empresas envolvidas nos projetos da Petrobras do pré-sal, desde empresas de aviação a empresas de navios de apoio, rebocadores. Há todo um conjunto de negócios em torno do pré-sal. Estamos atuando nessa cadeia como um todo", diz Castro. Com uma carteira de R$ 2,2 bilhões em prêmios administrados no Brasil, a Aon trouxe profissionais especializados em petróleo e gás do Texas, nos EUA, para trabalharem no Rio.
Maior corretora de resseguros do país, a unidade brasileira da britânica JLT pretende agora ganhar mercado em seguros, apostando no crescimento dos setores de óleo e gás e construção civil. Segundo Nicolau Daudt, presidente da JLT Brasil, este será o terceiro ano consecutivo em que o faturamento da operação brasileira é o que mais cresce entre as 33 filiais da JLT no mundo. Em 2012, a corretora deve fechar com R$ 60 milhões em faturamento, e a meta para 2015 é de R$ 100 milhões. Com isso, a participação da operação brasileira na receita global deve subir de 5% para 8% no período.
"O Brasil tem sido cada vez mais importante para a matriz em Londres por conta da Copa e das Olimpíadas. O país precisa de muita infraestrutura, não tem como não haver investimentos", observa Daudt. "A descoberta do pré-sal também foi um marco importante", completou.
O executivo da JLT lembra que o investimento em tecnologia de petróleo no Brasil tem crescido de forma acelerada, o que aumenta os prêmios. "A P-36, plataforma da Petrobras que afundou em 2001, valia R$ 500 milhões na época. Hoje, valeria R$ 2 bilhões", disse. Atualmente, o seguro de óleo e gás representa 30% do negócio da JLT. A aposta é que o mercado ganhará ainda mais fôlego com os projetos que virão dos leilões da ANP.
Outra estratégia comum entre as maiores corretoras do país tem sido a regionalização. Willis e Colemont investem na regionalização para ganhar espaço também no seguro de benefícios, abriram recentemente escritórios em Belo Horizonte e planejam inaugurar outro em Curitiba. "Temos também uma sucursal em Volta Redonda (RJ), atuamos em Porto Alegre e estamos estudando oportunidades para chegar em breve ao Nordeste. Ou seja, pretendemos realizar a regionalização da empresa", diz José Otávio Sampaio, presidente da Willis Brasil.
Segundo Sampaio, a abertura de unidades fora do eixo Rio-São Paulo tem como objetivo ampliar a carteira de benefícios (saúde e vida) e infraestrutura. "A situação econômica do país, com muitas concessões e obras, a ascensão de pequenas e médias empresas, além de desenvolvimento de nichos de mercado, são muito importantes para esse crescimento", disse.
Para a Colemont, a abertura de unidades em cidades menores é importante para atender melhor seu mercado-alvo, as médias empresas, no seguro de benefícios. "No começo, fizemos investimentos em aviação, marítimo, resseguro e infraestrutura. Agora, o objetivo é ampliar o segmento de benefícios e resseguros", conta Eduardo Lucena, presidente da Colemont Brasil. A abertura de unidades regionais foi possível graças a aquisições de empresas menores. Dos R$ 40 milhões disponibilizados para a aquisição de empresas em 2012, apenas um terço foi gasto, faltando apenas mais uma aquisição para completar o plano de expansão, que provavelmente será em Curitiba.
A carteira total de seguros da Colemont soma R$ 600 milhões, sendo R$ 100 milhões em benefícios, carteira que cresceu 40% em 2011. "Nós éramos sempre vistos como uma corretora mais de infraestrutura, resolvemos focar em benefícios. A ideia é oferecer produtos de menor custo", disse.
Fonte: cqcs