Publicado por Redação em Notícias Gerais - 16/02/2012

Consumo deve impulsionar o PIB no 4º tri, dizem economistas

Após recuar 0,1% entre o segundo e o terceiro trimestre, o consumo das famílias deve ter voltado a subir nos últimos meses de 2011, estimam economistas consultados pelo Valor.

O desempenho positivo, deverá ajudar o PIB (Produto Interno Bruto) a crescer entre 0,1% e 0,3% no último trimestre do ano, acumulando expansão entre 2,7% e 3% em 2011. As projeções estão em linha com a apuração do Banco Central, que nesta quinta-feira (16) divulgou seu indicador de atividade, o IBC-Br. O índice apontou crescimento de 2,79% para a economia brasileira em 2011. O dado oficial, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só será divulgado no dia 6 março.

"O IBC-Br costuma ser bastante aderente ao PIB", destaca Flavio Combat, da Concórdia Corretora. Para ele, o consumo interno voltará a puxar o crescimento da economia, estimulado pelo aumento da renda no ano passado.

"Com a taxa de desemprego terminando o ano em nível muito baixo, as famílias ficaram mais propensas a consumir e até a se endividar", afirma. Além de estimular a confiança em relação ao futuro, diz o economista, o fortalecimento do mercado de trabalho ajudou a reativar o setor de serviços, que no terceiro trimestre surpreendeu os analistas ao recuar 0,3% na comparação com os três meses anteriores.

"Essa retração no terceiro trimestre foi um ponto fora da curva. Vamos ter crescimento no quarto trimestre, e essa é uma tendência de longo prazo, que indica a transição da economia rumo ao desenvolvimento."

O economista e professor do Insper, Alexandre Chaia, lembra que o afrouxamento das medidas macroprudenciais facilitou o crédito, contribuindo para o aumento do consumo no quarto trimestre. "Mas não é a ação do Banco Central que leva o consumidor comprar. O que importa é a sua expectativa para os meses seguintes", pontua.

O mesmo raciocínio, segundo Chaia, é válido para os investimentos. Em sua avaliação, mesmo com as incertezas sobre o cenário externo, é possível que tenha ocorrido uma elevação nos investimentos das empresas no fim do ano passado. "Se elas perceberam um movimento de aumento no consumo, é provável que tenham investido mais", afirma.

Já Combat tem opinião diversa. Para o economista da Concórdia, a desaceleração no consumo no decorrer de 2011 e o alto nível dos estoques, aliados á baixa demanda externa, devem ter desestimulado os empresários.

A LCA Consultores também não vislumbra um panorama positivo para a formação bruta de capital fixo entre o terceiro e o quarto trimestre. A expectativa da consultoria é de retração de 1,1% no período. "A variação de estoques deve ter subtraído uma parte relevante do crescimento do PIB no quarto trimestre - algo que pode ser notado pela evolução do PIB Indústria, pelo lado da oferta, com forte retração pelo segundo trimestre consecutivo, a despeito da retomada da demanda interna (puxada pelo consumo das famílias e do governo) no último trimestre do ano passado", destaca a LCA em relatório enviado a clientes. Pelos cálculos da consultoria, a indústria deve ter recuado 0,7% no período, enquanto as projeções de crescimento para o consumo das famílias e do governo são de 1,3% e 1,4%, respectivamente.

Constantin Jancso, do HSBC, não espera grandes mudanças no comportamento da economia no quarto trimestre. "Imaginamos uma economia muito parecida com a que vimos no terceiro trimestre. Não houve uma recuperação, mas uma estabilização. O primeiro trimestre de 2012 também deverá ser modesto. Ao longo do ano, deveremos ver uma aceleração", estima.

Fonte:www.folha.uol.com.br|16.02.12


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