Publicado por Redação em Dental - 11/09/2013
Conselho de Odontologia de SP alerta para falta de flúor na água
Alerta sobre a qualidade da água: uma pesquisa feita pelo Conselho de Odontologia de São Paulo mostra que falta flúor na água que abastece metade dos municípios avaliados. A adição da substância no tratamento da água é lei federal, mas a quantidade encontrada nas amostras está muito abaixo do recomendado.
Em alguns casos, está entre seis e sete vezes abaixo do que determina a lei. O Conselho Regional de Odontologia analisou a água de 105 municípios paulistas e alerta que a falta de flúor na água é um risco para a saúde da população.
As flores tornaram Holambra uma das cidades mais conhecidas do país. O cultivo ajudou o município a se desenvolver. Mas essa riqueza não deu aos moradores um recurso básico: água de qualidade.
Em uma pesquisa feita pelo Conselho Regional de Odontologia, no primeiro semestre de 2013, Holambra aparece entre as 50 cidades do estado de São Paulo que não aplicam flúor corretamente na água. Elas foram reprovadas em todas as avaliações. Resultados que o prefeito de Holambra, um dentista, não contesta.
“Nós estamos trabalhando no limite. Nós precisamos de investimento aqui na cidade para sair dessa situação”, diz o prefeito de Holambra Fernando Fiori de Godoy.
As condições da única estação de tratamento de água são bem precárias. O local onde o flúor está sendo dosado fica dentro de um galão azul. Por um caninho amarelo o produto segue para o principal reservatório que abastece a cidade.
O presidente do Conselho Regional de Odontologia, Claudio Miyake, esteve no local. “As condições neste caso não são as mais perfeitas, o que pode comprometer a qualidade da água de abastecimento. O ideal é um acondicionamento mais fechado, em ambiente fechado, de tal maneira que não haja perigo de contaminação externa nesta questão do flúor”, diz.
Nas duas análises feitas em Holambra, a dosagem de flúor foi muito inferior ao recomendado e exigido por uma lei federal. “A presença do flúor na água garante uma melhor qualidade e diminuição da quantidade de cáries nas crianças”, declara Miyake.
A cidade de São Simão, a cerca de 300 quilômetros de São Paulo, também foi reprovada nos testes do Conselho de Odontologia, com uma quantidade de flúor menor do que a recomendada. A bomba que deveria adicionar o flúor à rede está desativada.
“Essa é a bomba do flúor. Ela está totalmente desativada como você pode ver, está desconectado da rede elétrica e está desativado”, declara Antonio Claudio Garcia Duarte, diretor de Obras e Serviços da cidade.
Uma estação de tratamento chegou a ser construída há cerca de cinco anos, mas a obra nunca foi concluída. Para o professor de Saúde Pública da USP Paulo Frazão, a situação das cidades é alarmante.
“O Brasil inclusive desenvolve tecnologia nessa área, assessora outros países nessa área, então não há dificuldade com relação a fazer a tecnologia da fluoretação. É preciso que isso nos próximos meses, nos próximos 90 dias, seja corrigido”, explica.
O prefeito de Holambra diz que já tomou providências e que a água agora tem o nível recomendado de flúor. Mesmo assim, por não ter um sistema de abastecimento eficiente, Holambra está travada. O prefeito proibiu a formação de novos loteamentos e de instalação de empresas, até que uma nova estação de tratamento comece a funcionar na cidade. “Então nós estamos no limite, mas procurando e trabalhando para servir uma água boa e dentro das normas legais, porque a gente sabe que água e saúde”, diz.
A cidade já tem uma nova estação de tratamento, mas ela está parada. O prefeito diz que precisa de R$ 2 milhões para fazê-la funcionar.
O diretor de obras de São Simão também diz que falta dinheiro para cidade cuidar da rede de abastecimento, mas afirmou que a água deve começar a receber a dose necessária de flúor no início de 2014.
Fonte: http://g1.globo.com