Publicado por Redação em Previdência Corporate - 17/09/2015
Conseguro: Primeiro dia marcado por debates e críticas ao governo
A Sétima Conferência Brasileira de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Conseguro), reuniu no seu primeiro dia, no complexo World Trade Center, em São Paulo, mais de 800 pessoas. Entre os presentes estavam dirigentes do setor, especialistas nacionais e internacionais, autoridades e representantes do Governo. Durante a abertura do evento, o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marco Antonio Rossi, enfatizou que mesmo em um cenário econômico desafiador há oportunidades de crescimento. “O Brasil vive, reconhecidamente, um momento complexo, quando o mercado segurador se propõe a transmitir a mensagem na crença do país e na certeza da continuidade do desenvolvimento do setor que desenvolveu, como um todo, 13,8% no primeiro semestre de 2015 em comparação ao mesmo período do ano passado. A título de retorno à sociedade, como indenizações, benefícios de previdência privada e resgates de capitalização, em 2014, as empresas do setor pagaram a seus clientes um montante na ordem de R$ 207 bilhões”, observou, destacando ainda que há necessidade de um movimento de realismo positivo de toda a sociedade.
A cerimônia de abertura da Conferência também contou com as presenças do secretário de Políticas de Previdência Complementar, Jaime Mariz de Faria Junior; do superintende da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Westenberger; do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão; do presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados (Fenacor), Armando Vergílio; e dos presidentes das quatro federações que integram a Confederação (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap).
Durante o evento foram abordados temas sobre os desafios e oportunidades da indústria do seguro relacionados ao envelhecimento global, às tendências mundiais em regulação, aos riscos emergentes e à influência da tecnologia em escala global. Na ocasião, o superintendente da SUSEP ressaltou a importância da indústria do seguro como um agente do governo. “O governo quer um mercado segurador que seja, ainda mais, um suporte econômico ao desenvolvimento do país e que evolua nas mudanças e na quebra de paradigmas para termos um Brasil protagonista do mercado segurador internacional”, avaliou. Em linha com Westenberger, Marco Antonio Rossi sinalizou a importância do trabalho conjunto que a CNseg tem realizado com a SUSEP no sentido de fazer o seguro chegar a todas as camadas da sociedade brasileira, principalmente às classes C e D.
Outro tema que ganhou destaque durante o encontro foi a influência da longevidade e seu impacto em todos os setores da economia, e, diretamente na indústria do seguro, tanto nos aspectos de regulação como na criação e tipificação de produtos. Em paralelo, o secretário de Políticas de Previdência Complementar, Jaime Mariz de Faria Junior, falou sobre a necessidade de uma revolução previdenciária no país e citou que a solvência deste setor ultrapassa a casa dos 90%. “O Brasil está caminhando para um modelo previdenciário onde os sistemas públicos, complementar e privado se integram”, ressaltou, complementando que o brasileiro não possui cultura financeira.
Bônus demográfico não é vantagem se Brasil não aumentar produtividade
O Brasil tem uma enorme oportunidade de explorar o seu dividendo demográfico, mas, se não aumentar sua produtividade, não será um pais rico no futuro. O alerta partiu de Amlan Roy, diretor administrativo e chefe de pesquisa em demografia e pensões globais da Credit Suisse, em Londres, durante a participação no primeiro dia da 7ª Conseguro, nesta terça-feira, 15, quando apresentou o tema “Como a demografia afeta o crescimenton economico”, em painel mediado pelo presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento. Roy citou o economista Peter Drucker, guru da administração, segundo o qual “ninguém presta atenção à demografia, apesar de ser um fator importante”. A questão, segundo Roy, é que a demografia não é apenas idade. “A idade é simplesmente uma das características de um grande número de variáveis que definem as diferenças em qualquer população heterogênea”, disse. Roy explicou que mesmo em grupos aparentemente semelhantes, existem diferenças, porque todos consomem de formas distintas. “Não pense que só porque a Índia tem um monte de gente, é um pais rico”, afirmou.
Modelos internos de gestão de riscos ajudam na rentabilidade
‘Por que pensar em um modelo interno?”, questiona a palestrante Elizabeth Marvan, co-fundadora e diretora executiva do Grupo Rhisco, que proferiu a palestra “Modelo interno: sua efetividade na gestão de risco e como aprovar com o regulador “, no 4º Encontro Nacional de Atuários realizado em São Paulo, pela CNseg. Uma vez que, na maioria dos países, ele não é obrigatório, a resposta é simples: o a que operam tradicionalmente em seguros não tradicionais, isso as torna sistemicamente arriscadas e os modelo internos ajudam a quantificar e qualificar os riscos”, explicou.
Segurança jurídica é confiança
É preciso estabelecer uma relação de boa fé entre a seguradora, o segurado e os corretores”, afirmou Patrick Larragoiti, presidente do conselho de administração da Sul América, no encerramento da primeira palestra em sessão plenária da 7ª Conseguro, que começou hoje de manhã em são Paulo. Larragoiti foi o intermediador do painel que contou com as exposições dos professores de Direito Rizzato Nunes, da PUC, e Otávio Luiz Rodrigues Junior, da USP. Luis Inácio Lucena Adams, ministro da Advocacia Geral da União, teve um imprevisto e não pôde comparecer.
“Nunca vi um governo com tantos ouvidos disponíveis para ajudar o mercado”, diz titular da Susep
“Acredito que todos entendem a razão do ministro não estar presente. Ele não estar aqui não significa qualquer desconsideração ao mercado segurador. Ele, assim como outros ministros, foram convocados pela presidência da República para discutir saídas para essa crise. Eu posso afirmar que nunca antes tinha visto um ministro mais aberto para ouvir as solicitações da indústria de seguros”, disse Roberto Westenberg, titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que substituiu Joaquim Levy, ministro da Fazenda na abertura da 7a. Conseguro, ponderando um pouco o descontentamento de Armando Vergílio, presidente da Fenacor, com a falta de diálogo do governo com o setor. Westerberg citou a grave crise que o país enfrenta e se mostrou otimista com uma saída no médio e longo prazo. “Nunca vi um governo com tantos ouvidos disponíveis para ajudar o mercado. Mas há uma grande pluralidade dentro do governo, o que é bom para trilharmos as melhores soluções”, afirmou o titular do órgão regulador do setor.
Destaques na programação de quarta-feira (16/09):
Como parte da agenda da 5ª Conferência de Proteção do Consumidor de Seguros, que acontecerá amanhã, quarta-feira, 16/09, das 9h às 14, será realizado o painel “Correlação entre educação, violência e aversão a risco”, que trará a palestra da professora e pesquisadora da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, Sunčica Vujić. Ela apresentará um estudo sobre a convergência entre educação e violência urbana.
Durante o 4º Encontro Nacional de Atuários (ENA), com programação das 9h às 14h, o doutor em sociologia, professor em saúde pública e pesquisador sobre o envelhecimento humano, S. Jay Olshansky, conduzirá a palestra “O dividendo da longevidade: alterando o curso da saúde e da longevidade”, das 12h15 às 13h15.
A partir das 14h acontecerá a palestra “Resolvendo o maior enigma da saúde: melhorando a qualidade com custos controlados”, que será ministrada pelo diretor de Medicina da Família e Comunidade e diretor de Pesquisa Política de Saúde para as Ciências Clínicas da Universidade de Dartmouth, Elliott S. Fisher.
Fonte: Jrs Comunicação - Texto de Guilherme Testa com adaptações de diversas assessorias de imprensa e agências de notícias