Publicado por Redação em Notícias Gerais - 09/11/2012

Conheça os destaques da economia das cinco regiões do País

A enorme diversidade do Brasil não está presente somente nas tradições, na gastronomia e nas paisagens. A forma como cada uma das cinco regiões se destaca no cenário econômico também apresenta uma variedade de características. Indústria automobílistica, construção de aviões, cultura da soja, produção de eletroeletrôncios, criação de suínos e bovinos. A geografia dos estados e as condições climáticas e históricas contribuíram para que cada que estes setores se destaquem entre as regiões que dividem o país.

Centro-Oeste
A região Centro-Oeste, composta por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, é essencialmente agrícola. Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura (CEEMA), Pedro Conceição afirma que os quatro estados representam os maiores produtores de grãos do Brasil, com as culturas de soja, milho e arroz. Além disso, a produção de algodão também recebe um destaque nacional.

Entre a produção de grãos, o Mato Grosso ocupa a liderança, e a soja, o topo entre os principais produtos agrícolas da região. Geógrafa e professora da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Cleonice Le Bourlegat reforça que o estado é o quarto maior produtor mundial de soja. O produto é o carro-chefe das exportações, como destaca Conceição, com destino à China e aos Estados Unidos, e também abastece o mercado interno, assim como de algodão.

O Centro-Oeste também tem grande representatividade no setor pecuário. A região apresenta o maior rebanho bovino do País, distribuído entre o estado do Mato Grosso do Sul e o norte de Mato Grosso. Países europeus, China e Estados Unidos são mercados para a carne bovina destes estados. O setor industrial recebe grande influência da agricultura. "Algumas malhas de industrialização estão focadas na agroindústria, e muito ligadas à melhoria da produção primária", afirma Pedro Conceição. Cleonice destaca ainda as indústrias de alimentos, fertilizantes e frigorífica.

Sudeste
Considerada a região mais forte economicamente - e reunindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo -, o Sudeste se destaca, no agropecuário, pela produção de cana de açúcar e de carne bovina. Integrante do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e da Ordem dos Economistas do Brasil, Afonso Arthur Neves Baptista afirma que 50% da cana brasileira é produzida ali. Outras culturas são algodão, amendoim, café, milho, mandioca, arroz, feijão, soja, arroz e laranja. De acordo com Baptista, o rebanho de bovinos é um dos maiores do país, permitindo a instalação de indústrias de leite e frigoríficas, com destaque para Minas Gerais.

Entre os principais ramos industriais está o de construção de aviões, feito pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), e o petrolífero. Segundo o conselheiro da Corecon-SP, o setor de aviação é um dos mais desenvolvidos tecnologicamente e um dos que mais compra e vende produtos para o exterior: "O maior importador é a Embraer e o maior exportador é a Embraer também. Ela importa equipamentos para complementar os aviões", ressalta. Além dos aviões, a região ainda exporta veículos de carga, automóveis de passageiros, máquinas para terra, petróleo bruto e produtos agropecuários, como carne bovina, suína e de frango, café em grão, soja. Também vende para países da América Latina, da Ásia, da Europa e da América Central rações de animais, sucos e minério de ferro.

Sul
Entre os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a produção de soja é bastante significativa. Segundo o professor da Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eugenio Stefanelo, a soja é o produto de maior expressão dentro do setor agrícola da Região Sul. A produção de arroz e trigo também ganha destaque no Rio Grande e no Paraná, respectivamente. Outros fortes da região são a avicultura e a suinocultura, estando Santa Catarina em primeiro lugar na criação de aves, e Paraná em segundo na região. Apesar de não se igualar a produção bovina do Centro-Oeste do país, no qual o Mato Grosso tem um dos maiores rebanhos, a bovinocultura também é significativa. "A pecuária leiteira também é forte nos três estados e está aumentando", afirma Stefanelo. A soja e as carnes são as grandes pautas da exportação, vendidos para países do Mercosul e do Oriente Médio, China e Estados Unidos.

Assim como a região Centro-Oeste, os alimentos também têm representatividade no setor industrial, com o processamento de carnes de frango e suína, soja, trigo e milho. A indústria madeireira não contribui somente para o setor moveleiro, cujo maior parque se encontra em Santa Catarina, mas também com a produção de celulose. "A produção de bebidas também é um forte. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de vinhos do Brasil", acrescenta Stefanelo.

Norte
Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará e Tocantins têm produções muito específicas, segundo o professor de economia e doutor em desenvolvimento da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), José Alberto da Costa Machado. No estado do Amazonas, por exemplo, a indústria de eletroeletrôncos e de veículos de duas rodas tem grande significância em relação às outras regiões do Brasil. "Manaus concentra a vanguarda da produção eletroeletrônica do Brasil, de TV, computadores e aparelhos óticos", afirma Machado. "Uma parcela é exportada, mas grande parte é fornecida para o mercado nacional", acrescenta. O professor explica ainda que a indústria de duas rodas se desenvolveu para substituir as importações e suprir a demanda do mercado interno.

A agropecuária também recebe destaque em alguns estados. Em Rondônia, a produção de soja, milho e de gado abastece o território nacional. Já em Roraima, são produzidos bananas, laranjas e peixe que são destinados ao mercado urbano de Manaus. Machao destaca ainda a indústria moveleira do Acre.

Nordeste
Assim como a região Sudeste, a Nordeste também tem grande representatividade na produção de cana de açúcar. O professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alexandre Rands, afirma que os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte comercializam, tanto para fora quanto para dentro do Brasil, produtos industrializados a base da cana, como açúcar e álcool. A região também exporta soja, saídas da Bahia e do Piauí, em menor expressão.

Rands observa que a principal indústria é a automobilística. "Temos uma planta grande da Ford. É o meio setor industrial da região". Além disso, há indústrias têxteis e de calçados espalhadas em diferentes estados nordestinos. Na primeira, o professor destaca os estados de Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco; já no setor calçadista, Bahia e Ceará. Com relação ao turismo, Alexandre Rands afirma que ele tem potencial e importância para a região, embora não seja a mais procurada pelos viajantes. "São Paulo tem mais, porque recebe muitos turistas a negócio", afirma.

Fonte: Terra


Posts relacionados

Notícias Gerais, por Redação

Governo corta impostos e quer banda larga em metade das casas até 2014

O governo anunciou nesta terça-feira (3) incentivos fiscais para acelerar os investimentos em telecomunicações e ampliar o acesso à internet em bandar larga.

Notícias Gerais, por Redação

Bovespa avança 0,50%; dólar recua para R$ 1,73

Investidores fazem o balanço entre notícias positivas e negativas na manhã desta sexta-feira, e pendem para o primeiro lado: enquanto as principais Bolsas europeias sobem mais de 1%, a brasileira Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) também oscila em terreno positivo.

Notícias Gerais, por Redação

Pane em subestação de Furnas deixa parte de Brasília sem luz

Uma pane nas linhas de transmissão da Subestação Brasília Sul que alimentam a Subestação Brasília Geral, ambas do Sistema Furnas, provocou a interrupção do fornecimento de energia em parte da capital federal na manhã desta segunda-feira.

Notícias Gerais, por Redação

Bovespa fecha com leve baixa e perde 7% na semana

A Bolsa de Valores brasileira teve uma das piores semanas do ano, com perdas acumuladas de 6,9% desde a sexta-feira passada.

Deixe seu Comentário:

=