Publicado por Redação em Vida em Grupo - 28/08/2013
Como gerenciar crises nas pequenas e médias empresas?
Por Vagner Miranda
Dizem que só existem dois tipos de empresas: as que já passaram por uma crise e as que ainda vão passar, independentemente de porte ou segmento. E, diante de situações de risco e medo, o ser humano tende a ter reações mais próximas do seu instinto, deixando de agir dentro da lógica esperada e tomando atitudes baseadas nas emoções. O tipo de reação depende do que está em jogo: a vida, o patrimônio, o moral, a ética ou alguma necessidade básica. Tudo pela preservação dos próprios interesses! Entretanto, muitas vezes o resultado pode agravar ainda mais a situação, deixar sequelas ou até prejudicar terceiros.
Muitos gestores ao se depararem com problemas cuja solução é complexa agem quase que por instinto e sem perceber decidem e adotam posturas que preservam seus interesses pessoais, mas não os da empresa. Agindo assim, quando são responsáveis por decisões impactantes, chegam a prejudicar e até a comprometer o alcance dos objetivos de médio e longo da prazo da empresa. Em casos extremos, a crise mal gerenciada pode até levar ao fechamento instituição.
Ao tratar dos assuntos da empresa, independentemente das circunstâncias e do grau de complexidade dos mesmos, quem comanda não pode tomar decisões sozinho, adotar ações ou reagir instintivamente. Nesse momento, é preciso ter cuidado e agir somente depois de avaliar as consequências do que vai decidir. Para isso, deve contar com recursos que auxiliem a tomada de decisão e, para os assuntos que não são do seu domínio, contratar especialistas.
Nas pequenas empresas, aquelas com pequeno número de operações ou níveis hierárquicos, o mais comum é que o assunto seja colocado em segundo plano. No entanto, é muito importante que empreendedores e gestores de pequenas e médias empresas se preocupem com esse assunto, fazendo com seja parte integrante da cultura da instituição. Independentemente do tamanho, as empresas devem ser equipadas com ferramentas que possibilitem uma rápida avaliação de todos seus processos e permitam que seus gestores possam ter ações e reações sempre dentro da lógica esperada antes da crise.
Ciente deste cenário, no processo de estruturação e organização da empresa, entre as principais preocupações que o empresário deve ter está à implantação de manuais de gerenciamento de crise. Ter sempre à mão atitudes que devem ser tomadas em situações de crise permite aos gestores maior rapidez na resolução do problema. Além disso, é de extrema importância que cada uma das possíveis decisões seja avaliada para auxiliar na identificação da melhor alternativa a ser colocada em prática.
É importante que em todos os níveis de operação da empresa estejam alinhados para utilizar as mesmas ferramentas na ora de tomar decisões. Não importa o nível que o gestor atue, a decisão que tomar deverá ser a melhor para a empresa e não apenas para ele, o setor, a área ou departamento pelo qual é responsável.
É quase impossível conseguir que mesmo um negócio de sucesso se sustente por muito tempo com os gestores decidindo o tempo todo sem se basearem em informações geradas a partir de ferramentas que permitam o controle e avaliação de resultados que suportam decisões de curto, médio e longo prazo. Dentre as ferramentas que nenhuma empresa, por mais simples que seja, deve deixar de implementar estão os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial. O mercado oferece diversas possibilidades denominando-os ERP (Enterprise Resource Planning) e a Contabilidade Societária e Gerencial. Vale muito a pena investir nisso.
Quando o empresário percebe a importância de se prever crises e compreende como um manual de atitudes pode contribuir com o aumento da eficiência, e por consequência com a geração de riqueza para a empresa, ele passa a considerar todo gasto com a implantação e manutenção como investimento e trata o assunto como estratégico. Desta forma, evitam-se as ações por impulso, prejudicando assim os resultados. Cultivar os meios, ferramentas e manuais permite tomar a melhor decisão, o que ainda é um desafio nas pequenas empresas.
Vagner Miranda Rocha é administrador de empresas e sócio da VSW Soluções Empresariais.
Fonte: SEGS