Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 22/04/2022
Como empresa pode ajudar funcionário que perdeu ente querido?
Pelo menos um terço das nossas horas são dedicadas ao trabalho e durante a pandemia, com as mudanças nos modelos corporativos, essa proporção chegou a até dois terços.
Muito do que acontece na nossa vida, alegrias e tristezas, é vivenciado no ambiente de trabalho, inclusive nossas perdas. A forma como somos acolhidos em um momento de dor é muito definidora do vínculo de confiança que estabelecemos com a empresa. Pode ser fundamental para manter a energia, a produtividade e, principalmente, a vontade de seguir em frente.
Quando um colaborador perde alguém, a licença prevista em lei estabelece que o trabalhador pode faltar, sem desconto de seu salário, de dois a nove dias de trabalho, dependendo do regime jurídico, CLT ou servidor público, e do grau de parentesco com o falecido.
E como dar assistência e conforto no ambiente de trabalho, para além do que está previsto em lei?
Montamos aqui uma lista com 10 sugestões:
- Oferecer ajuda com o funeral e fazer o que estiver ao alcance: contribuir com as despesas, providenciar transporte, estar presente nas cerimônias.
- Ter alguém preparado na empresa para cuidar desse tema: essa pessoa pode fazer a interface com o enlutado, orientar os colegas sobre como recebê-lo de volta, ajudar a liderança sobre como lidar com ele nas práticas do dia a dia.
- Ter sensibilidade: perguntar ao enlutado como ele gostaria de ser tratado. Pode ser que ele queira falar, pode ser que ele não queira tocar no assunto. Dê o protagonismo para a pessoa.
- Perguntar quanto tempo a pessoa precisa antes de retornar ao trabalho e ser flexível com isso: uma boa saída pode ser propor a antecipação das férias, por exemplo, mas tente não tirar benefícios.
- Oferecer grupo de apoio ou terapia de luto: e disponibilizar horário de trabalho para as atividades.
- Oferecer mudança temporária de setor: caso a atividade desempenhada não seja muito confortável para o momento, como atendimento ao público, por exemplo.
- Flexibilizar os horários de trabalho: isso ajuda na reorganização da rotina. Considere o home office como uma alternativa.
- Oferecer ajuda jurídica e administrativa para lidar com as burocracias: como, por exemplo, inventário, certidões, encerramento de conta bancária, cancelamentos de plano de saúde etc.
- Orientar a liderança para organizar e redistribuir as tarefas: fazer isso para o funcionário que está ausente, para que nada esteja acumulado quando ele voltar.
- Investir em programas de prevenção: como oferecer um plano funeral para a equipe.
É importante que a empresa reconheça o impacto que o luto representa para os aspectos cognitivos e físicos dos enlutados e que tenha tolerância e delicadeza para ajudá-los a atravessar esse processo. A palavra-chave é flexibilidade.
Fonte: Gisela Adissi (Colunista do UOL)