Publicado por Redação em Notícias Gerais - 19/09/2014
Com alta do juro básico, rentabilidade dos bancos também cresce, diz BC
A rentabilidade dos bancos avançou no primeiro semestre deste ano "em razão da melhora significativa do resultado com tesouraria", operações como compra de títulos públicos pelas instituições financeiras, ao mesmo tempo em que o resultado de crédito recuou pelo segundo semestre seguido, avaliou o Banco Central nesta quinta-feira (18).
Por meio do relatório de estabilidade financeira, a autoridade monetária informou que a melhora do resultado de "tesouraria" dos bancos está relacionada com a elevação da taxa básica da economia, a Selic, fixada pelo próprio BC, e que subiu de 7,25% ao ano, em abril de 2013, para 11% ao ano, em maio de 2014, para conter pressões inflacionárias.
Segundo o Banco Central, isso "contribuiu para o aumento das receitas com títulos de renda fixa [como títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional, cujo retorno acompanha a alta da taxa básica de juros].
"O resultado líquido de intermediação financeira avançou cerca de R$ 8 bilhões em relação a dezembro de 2013, em razão da melhora significativa do resultado com tesouraria (...) O resultado de crédito, por outro lado, recuou pelo segundo semestre seguido, em decorrência da redução da margem, a qual não vem sendo compensada pelo crescimento da carteira", informou o BancoCentral no relatório de estabilidade financeira.
Risco baixo
O BC avaliou ainda que o chamado "risco de liquidez" (que é a possibilidade de a instituição não ser capaz de honrar seus compromissos no vencimento) continua baixo, apesar do aumento no período em razão do movimento de alocação de recursos para crédito, principalmente em financiamentos habitacionais, que provoca redução da participação dos ativos líquidos no balanço das instituições e alongamento de prazo nas carteiras de crédito.
"As provisões [recursos guardados] para o risco de crédito apresentam-se adequadas a um novo cenário que aponta para leve aumento do risco de crédito, decorrente da elevação das taxas de juros, do provável fim do ciclo de redução da inadimplência e da redução no índice de cobertura", acrescentou a autoridade monetária.
De acordo com o BC, a solvência do sistema bancário apresentou estabilidade e manteve-se em patamar elevado no primeiro semestre deste ano. "Os índices de capitalização permanecem em níveis superiores aos requerimentos regulatórios, o que, associado aos resultados da simulação da plena implementação do arcabouço de Basileia III e da introdução do futuro requerimento de razão de alavancagem, confirma a confortável solvência do sistema bancário", informou.
Segundo a autoridade monetária, nas simulações de situações de estresse, ou seja, de piora da conjuntura externa e interna, o sistema bancário brasileiro apresentou "adequada capacidade de suportar efeitos de choques decorrentes de cenários macroeconômicos adversos ou de mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência".
Fonte: G1 - Rio de Janeiro/RJ - ECONOMIA