Publicado por Redação em Notícias Gerais - 21/06/2011
CMN decide meta de inflação para 2013 neste mês e pode mexer com expectativas
SÃO PAULO - O CMN (Conselho Monetário Nacional) vai anunciar até o final do mês em Brasília para fixar a meta de inflação para 2013 e confirmá-la para 2012, atualmente em 4,5% medida pelo IPCA (Índice de preços ao consumidor - Amplo).
Já nesta semana, rumores de mercado dão conta de que, de fato, o CMN irá fixar em 4,5% a meta para 2013 em anúncio oficial no próximo dia 30.
"Em tese, a meta para 2012 poderá ser confirmada ou não. Na prática, seria desastroso para as expectativas inflacionárias, rever para cima aquela meta. Por outro lado, as pressões inflacionárias que já se antecipam para o próximo ano, como o forte aumento do salário mínimo, serão um bom motivo para o Governo não querer comprometer-se com meta mais apertada que a já fixada, de 4,5%", explica o economista Alberto Furuguem, ex-diretor do Banco Central.
Entretanto, a simples convergência das expectativas em direção a uma inflação menor no futuro poderia reduzir a necessidade de ajustes, seja de natureza fiscal ou monetária, dada a importância da retórica como instrumento de política econômica. Claro, isto depende da credibilidade do Governo em perseguir a meta.
Mensagem
Com isso, os olhares devem voltar-se para a meta de 2013. Para Furuguem, há a oportunidade do Governo Dilma Roussef passar a mensagem de que está, de fato, comprometido com a estabilidade dos preços.
Enquanto alguns conselheiros, inclusive o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendem a fixação de metas mais ambiciosas no longo prazo - ou seja, metas mais baixas - outra corrente, do ministro Guido Mantega, tende a aceitar melhor a manutenção da meta (4,5%), em nome de uma taxa básica de juro mais baixa.
Reflexos no presente
A decisão do conselho poderá ser lida como uma orientação da postura do Governo brasileiro para os próximos anos. Caso o conselho opte pela redução da meta, agentes do mercado podem se questionar quais serão as medidas fiscais tomadas desde já para adaptação à nova meta e as influências no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Dado o histórico recente de dificuldades na promoção de cortes do gasto público, as expectativas se voltam para o comportamento da taxa Selic, principal instrumento do Banco Central no controle da inflação.
Por outro lado, a redução da meta para valor abaixo dos 4,5%, "poderia, também, estimular o Governo a trabalhar em medidas visando reduzir a indexação na economia brasileira, além de apertar o rigor na área fiscal", pondera Furuguem.
Dilma vai de 4,5%?
Frente ao questionamento, o economista faz sua aposta sobre a decisão no final do mês. "Embora sem compor o CMN, a opinião de Dilma Rousseff deverá ser decisiva na fixação da meta inflacionária para 2013. Sobre o tema, ela deverá, naturalmente, ouvir o ministros Mantega que, como sabemos, tem-se posicionado, historicamente a favor de juros mais baixos", o que resultaria na manutenção da meta em 4,5%.
Fonte: web.infomoney.com.br | 21.06.11