Publicado por Redação em Mercado - 15/03/2023
Chefes confiam menos na eficácia do trabalho híbrido, diz pesquisa
Em meio ao cabo de guerra entre empresas que querem a volta do trabalho presencial e funcionários que não estão dispostos a abrir mão do home-office, o modelo do trabalho híbrido vem se consolidando como alternativa conciliadora no mundo corporativo pós-pandemia.
Segundo o relatório From Surviving to Thriving in Hybrid Work (Da sobrevivência à prosperidade no trabalho híbrido, em tradução livre), realizado pela empresa de tecnologia Unisys em parceria com a consultoria HFS Research, 70% das empresas indicam que o modelo híbrido persistirá como principal formato dentro das organizações nos próximos anos.
Mas, o estudo também mostrou que líderes e liderados discordam sobre a eficácia do híbrido. Enquanto 49% dos funcionários afirmam que consideram o modelo bastante eficaz, somente 33% das empresas dizem o mesmo.
A maioria dos empregadores (53%), acredita que o modelo que combina trabalho presencial com home-office é apenas um pouco eficiente. Outros 12% dizem que o híbrido é um tanto ineficiente. Entre os funcionários, esse índice é de 38% e 8%, respectivamente.
O estudo, que ouviu cerca de 2.000 pessoas nos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Austrália, também apontou que 67% dos funcionários que atuam em um modelo híbrido citam a flexibilidade para equilibrar trabalho e vida pessoal como um dos principais fatores que motivam e influenciam o seu desempenho no trabalho.
Outra descoberta foi uma conexão entre o modelo híbrido e o aumento ou a manutenção do engajamento: segundo a pesquisa, a maioria dos funcionários (89%) que atuam em um modelo de trabalho híbrido relatam estar mais ou igualmente engajados em comparação com seis meses atrás.
Líderes subestimam a falta de interação como fator para desengajamento
A falta de engajamento foi um dos temas mais discutidos no ano passado, com tendências como a Grande Demissão e o Quiet Quitting mostrando que os funcionários estavam pouco motivados com as suas organizações.
Porém, o estudo da Unisys apontou que os líderes subestimam a falta de interação entre funcionários e gestores quando o assunto são os motivos que levam à falta de engajamento.
Enquanto os funcionários citam a falta de interação com a liderança como principal fator para se sentir menos engajados no trabalho (33%), as empresas acreditam que é a facilidade de encontrar novos empregos a causa primordial que gera o desengajamento (28%).
Além disso, visão dos profissionais os principais motivos para se sentirem desmotivados são:
- Dar mais importância para outras áreas da vida (29%);
- A falta de separação entre trabalho e vida pessoal no home-office leva ao burnout (18%);
- A falta de interação com colegas (9%);
- Facilidade de achar outros empregos (3%).
Já na visão dos líderes as principais causas que levam ao desengajamento são:
- Os funcionários dão mais importância para outras áreas da vida (22%);
- A falta de separação entre trabalho e vida pessoal no home-office leva ao burnout (19%);
- A falta de interação com colegas (13%);
- A falta de interação com líderes (6%).
Funcionários chegam a perder até 10 horas com problemas relacionados à tecnologia
O estudo também apontou que problemas relacionados à tecnologia impactam diretamente a produtividade dos profissionais, que precisam dispensar várias horas por semana lidando com essas questões.
Segundo o estudo, quase metade (49%) dos funcionários estima perder entre uma e cinco horas semanais de produtividade da força de trabalho lidando com problemas de TI.
Outros 18% dizem perder entre 6 a 10 horas por semana lidando com questões de infraestrutura tecnológica. Existem aqueles (5%) que gastam mais do que 10 horas por semana com bugs e outras falhas na área tech. Apesar disso, 42% das empresas não medem a perda de produtividade devido a problemas técnicos.
Fonte: Exame (Luciana Lima)