Publicado por Redação em Dental - 09/04/2012
Cárie em dentes de leite pode estar ligada a obesidade e más escolhas alimentares
Um estudo com crianças pequenas que estavam tendo os dentes de leite tratados em decorrência de cárie mostrou que 28 % delas tinham percentil de índice de massa muscular acima de 85% – uma indicação de que a criança está acima do peso ou obesa.
Essa porcentagem é mais do que 5 % mais alta do que a média nacional estimada, dizem os pesquisadores. Más escolhas alimentares, incluindo bebidas e sucos de frutas açucarados, estão entre os acusados de contribuir com a obesidade e com a cárie dentária em crianças pequenas.
A cárie dental já é a doença crônica mais comum da infância. De 5% a 10% das crianças pequenas apresentam cárie da primeira infância, de acordo com o relatório Healthy People 2010, e a obesidade infantil mais do que triplicou nos últimos 30 anos – alcançando quase 20% em 2008.
No estudo apresentado em junho no encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, Universidade de Buffalo, pesquisadores acompanharam 65 crianças com idades entre 2-5 anos no Hospital de Mulheres e Crianças em Buffalo (WCHB), N.Y. A severidade dos problemas dentais ou outras questões exigiram que as crianças fossem tratadas em sala operatória. Kathleen Bethin, M.D., professora associada de pediatria na Universidade de Buffalo e diretora de endocrinologia pediátrica e diabetes do WCHB liderou o estudo.
Após anestesia, a equipe da dra. Bethin media a circunferência da cintura das crianças e realizava exame de glicemia de jejum. Os pais respondiam a um questionário enquanto os filhos estavam em cirurgia.
Os dados mostram que:
- 18 das 65 crianças (28%) apresentavam IMC acima de 85. Esse valor poderia ser maior se as crianças não estivessem em jejum, observa dra. Bethin.
- A circunferência da cintura comparada com a altura foi significativamente maior nas crianças com sobrepeso e obesas comparadas com as crianças de peso normal.
- 71% das crianças apresentavam ingestão calórica maior do que as 1.200 calorias por dia normais para a faixa etária.
"Supomos que as más escolhas nutricionais podem ligar a obesidade com a cárie dental em crianças pequenas, mas existem poucos dados publicados associando essas duas questões", diz dra. Bethin. "O propósito de nosso estudo foi obter dados preliminares sobre IMC, ingestão calórica e perfis metabólicos em crianças pequenas com cárie dental".
"O ponto principal dos nossos achados é que a má nutrição pode ligar obesidade com cárie dental", ela continua. "Assim, o consultório odontológico pode ser o lugar ideal para educar famílias sobre nutrição e os riscos da obesidade e da cárie dental".
O estudo não encontrou diferenças entre as calorias totais consumidas pelas crianças com sobrepeso e aquelas com peso normal, acrescenta dra. Bethin. "Portanto, o problema não é o excesso de alimentos em si, mas a escolha errada dos alimentos".
Muitos dentistas se preocupam pelo fato de seus pacientes estarem consumindo quantidades recordes de refrigerantes açucarados, sucos de frutas adoçados e lanches não nutritivos que prejudicam os dentes. Esses itens, geralmente, têm pouco ou nenhum valor nutritivo e, com o tempo, os dentes podem pagar o pato.
Padrões de alimentação e escolhas de alimentos entre crianças e adolescentes são fatores importantes que afetam a rapidez com que os mais jovens podem desenvolver cárie dentária. Pessoas que não têm certeza de estarem obtendo os nutrientes, as vitaminas e os minerais corretos devem revisitar a página do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O USDA supervisiona a saúde nutricional do país. As recomendações dietéticas da agência destinam-se a promover a saúde ótima e prevenir doenças relacionadas à obesidade, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e cânceres.
Além de uma dieta saudável, a American Dental Association recomenda que os pacientes limitem o número de lanches entre as refeições (e, se ingerirem lanches, escolham alimentos nutritivos com baixo teor de açúcar); escovem os dentes duas vezes ao dia com creme dental com flúor que tenha o selo de aprovação da ADA; passem fio dental ou usem um limpador interdental diariamente para remover a placa que se forma sob as gengivas e entre os dentes; e agendem consultas regulares com o dentista para exame e limpeza. O momento de falar com o dentista sobre a saúde bucal de um bebê é quando o primeiro dente aparece.
Fonte: www.colgate.com.br