Publicado por Redação em Previdência Corporate - 08/12/2014
Brasilprev terá produto voltado às empresas
A Brasilprev prepara o lançamento em 2015 de um produto de previdência aberta voltado às empresas. O objetivo inicial é oferecer os planos aos funcionários de até 40 mil companhias que possuem relacionamento com o Banco do Brasil.
"Será um produto customizado para cada empresa, queremos um atendimento mais próximo do cliente por meio de consultores. Quanto maior o número de adesões, será melhor a relação custo-benefício", diz o superintendente comercial da Brasilprev, Mauro Guadagnoli.
Segundo o superintendente de produtos Sandro Bonfim da Costa, uma equipe de consultores externos da Brasilprev deverá interagir com os departamentos de recursos humanos de médias e grandes empresas.
"Nas micro e pequenas empresas, o atendimento é feito nas agências do Banco do Brasil. O pequeno empreendedor se interessa por previdência, mas não tem tempo para resolver essas questões. Nosso relacionamento é com o funcionário beneficiado", diferenciou Costa.
Desde que a acionista BB Seguridade abriu seu capital na BM&FBovespa ao final de abril do ano passado, a Brasilprev (joint- venture do BB e da gestora americana Principal) intensificou sua atuação de comercialização dentro das agências do Banco do Brasil.
"A previdência privada virou prioridade nas agências, 99,9% é comercializado na rede, e o restante através de corretores. Estamos desenvolvendo um trabalho com consultores e de treinamento dos gerentes", respondeu Guadagnoli.
A estratégia já trouxe resultados. O presidente da Brasilprev, Miguel Cícero Terra Lima, contou que sua instituição atingiu até setembro último a vice-liderança em ativos sob gestão com R$ 103,9 bilhões. A liderança é do Bradesco e a terceira posição é do Itaú.
A captação líquida da instituição cresceu 50,2% até novembro de 2014 e puxou a média do mercado para 41,2%, ante novembro do ano passado, conforme dados da consultoria Quantum Axis. "Investimos em venda consultiva e estamos mais próximos dos gerentes bancários", diz Lima.
Expectativas e cenário
Guadagnoli disse ontem que o faturamento da Brasilprev deverá fechar o ano de 2014 entre R$ 32 bilhões e R$ 32,5 bilhões."Ficará dentro da meta de guidance [expectativa] da BB Seguridade divulgado no início do ano", afirmou o executivo.
Quanto ao cenário para 2015, o superintendente de investimentos, Altair Cesar de Jesus, apontou que o período de alta da taxa básica de juros (Selic) poderá incentivar o interesse dos clientes pessoas físicas em poupar para o longo prazo. "O rendimento nesse patamar de dois dígitos atrai o investidor".
Quanto às estratégias dos gestores dos planos de previdência para garantir retorno aos cotistas, Jesus diz que o momento atual é de aproveitar "os prêmios" com títulos públicos vinculados à inflação.
As Notas do Tesouro Nacional série-B (NTN-Bs) que compõem uma fatia considerável das carteiras de previdência prometiam ontem juros reais entre 5,84% ao ano e 6,03% ao ano, mais a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Sobre o cenário de mais longo prazo, Jesus lembrou que a maior parte dos ativos que compõem os fundos de previdência ainda estão concentrados em juros pós-fixados com liquidez (capacidade de resgate rápido). " Mas para o futuro, a indústria [setor de previdência] vislumbra produtos de maior rentabilidade e risco de longo prazo com renda variável, papéis de infraestrutura, investimentos no exterior e imóveis", apontou Jesus.
Terra Lima contou que 93% dos ativos da Brasilprev estão em renda fixa e apenas 7% em renda variável (planos com fatias em ações). "O brasileiro é conservador e o patamar de juros incentiva esse comportamento [de curto prazo]. E ninguém entende quando a renda fixa apresenta volatilidade negativa", disse o presidente.
Fonte: www.revistacobertura.com.br