Publicado por Redação em Notícias Gerais - 08/11/2011
Brasileira Embraer é alvo de protecionismo nos EUA
A Embraer se tornou alvo de uma campanha protecionista nos Estados Unidos, cujo objetivo é impedi-la de vencer um contrato da Força Aérea americana de quase US$ 1 bilhão, informa reportagem de Patrícia Campos Mello publicada na edição desta terça-feira da Folha.
A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A empresa brasileira participa de uma concorrência da Força Aérea americana para fornecer 20 aviões (que podem chegar a 55) para serem usados no Afeganistão e nos EUA. O Super Tucano da Embraer concorre com o AT-6 da americana Hawker Beechcraft, que se associou à Lockheed Martin para a concorrência.
A ofensiva protecionista está ocorrendo em três níveis: congressistas do Kansas, onde está baseada a Hawker, requisitaram a abertura de uma investigação pelo International Trade Commission (ITC) para determinar se a Embraer está recebendo subsídios do governo brasileiro, o que seria ilegal.
Ao mesmo tempo, defensores da Hawker lançaram uma campanha de relações públicas pressionando o Departamento de Defesa a dar o contrato para a companhia americana, porque a vitória da Embraer iria "eliminar 1400 empregos americanos em uma época de recessão" e iria "terceirizar a segurança nacional dos EUA, deixando-a nas mãos de uma empresa estrangeira".
Por fim, a Hawker se prepara para atacar a Embraer em seu flanco mais vulnerável. "Não é possível que uma empresa que está sendo investigada por corrupção continue participando da concorrência; vamos pedir que o Congresso estabeleça uma comissão de inquérito em cima do contrato", disse à Folha Todd Tiahrt, que foi deputado por 15 anos pelo Kansas, e agora é consultor da Hawker.
A Embraer está sendo investigada pela Securities and Exchange Commission (CVM dos EUA), sobre uma possível violação da Lei anticorrupção no Exterior.
A Embraer limitou-se a mandar uma declaração. "Esta investigação (da SEC) é apenas uma investigação, e quaisquer conclusões sobre seus resultados potenciais são prematuras," escreveu Jackson Schneider, vice-presidente de Relações Institucionais da Embraer. Procurada algumas vezes, a Hawker não se pronunciou.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br|08.11.11