Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 20/02/2013
Brasil vai produzir primeiro biológico 100% nacional
Anvisa concede registro para fabricação de medicamento contra artrite reumatoide desenvolvido a partir de parceria entre laboratórios públicos e privados
Pela primeira vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro para o desenvolvimento de um medicamento biológico em território brasileiro. O Etanercepte, cujo nome comercial é Reumatocept, que trata de artrite reumatoide e outras doenças crônicas que afetam as articulações, será desenvolvido pela BioNovis (que congrega Hypermarcas, Aché, União Química e EMS) em parceria com os laboratórios públicos Instituto Vital Brasil e Biomanguinhos/Fiocruz. A parceria para o desenvolvimento do produto foi articulada pelo Ministério da Saúde em 2012.
O medicamento 100% nacional, em cinco anos, deverá custar 50% menos que o importado, gerando economia de R$ 726 milhões ao Ministério da Saúde no período. A previsão é que o medicamento esteja pronto para comercialização em 2016. “Este é um grande passo no caminho da autonomia da indústria brasileira no campo da saúde. Ao conquistar a independência dos produtos importados, o Brasil reduz seus custos e pode ampliar o acesso da população a um roll cada vez maior de medicamentos”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTIE), Carlos Gadelha.
O Etanercept importado é ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, nas apresentações de 25 mg e de 50 mg, a 16.431 pacientes. Só em 2012, o Ministério da Saúde gastou R$ 364 milhões na compra para suprir a demanda. Com o registro da Anvisa, os laboratórios têm autorização para construir no Brasil uma fábrica para começar os ensaios clínicos com o medicamento. Para a comercialização do produto, a Anvisa deve conceder um segundo registro.
PRODUÇÃO NACIONAL – Atualmente, estão em vigor no País 55 Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) de 47 medicamentos, cinco vacinas, um contraceptivo, um teste rápido e uma pesquisa. A partir destas parcerias – que envolvem 15 laboratórios públicos e 35 privados – a expectativa é que o Ministério da Saúde obtenha uma economia de aproximadamente R$ 940 milhões por ano. Estão contemplados, nestas PDPs, 21 grupos terapêuticos de medicamentos: antiasmáticos, antiparkinsonianos, antipsicóticos, antirretrovirais, biológicos, distúrbios hormonais, hemoderivado, imunobiológicos, imunoestimulantes, imunossupressores, e oncológicos.