Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 07/06/2011
Brasil precisa melhorar no diagnóstico precoce da AIDS
O Brasil é reconhecido internacionalmente por garantir o acesso universal e gratuito ao tratamento antirretroviral, mas precisa avançar no diagnóstico precoce da AIDS. A avaliação é do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Trinta anos após a descoberta da doença, medidas de redução de danos adotadas pelo governo brasileiro, segundo ele, possibilitaram, por exemplo, a redução de 25% para 5% de participação de usuários de drogas injetáveis no total de novas infecções no país.
Padilha lembrou, entretanto, que cerca de 250 mil pessoas vivem com HIV no Brasil sem saber que foram infectadas. Uma das estratégias adotadas pelo ministério é o teste rápido, realizado em cinco minutos e disponível em unidades básicas de saúde. A pasta estuda a instalação de postos também em feiras, escolas e universidades.
Outro desafio no enfrentamento da AIDS, de acordo com o ministro, é traçar novas abordagens para atingir populações mais vulneráveis ao HIV – sobretudo mulheres jovens. Quando a epidemia começou, no início dos anos 80, a maioria dos infectados era do sexo masculino. Atualmente, a proporção, até os 23 anos de idade, é de dez mulheres infectadas para cada oito homens.
“Essa juventude não tem a mesma referência que tivemos há 30 anos do que significava a aids no país e no mundo. Não há artistas infectados, esportistas, referências públicas no enfrentamento da epidemia, como no começo dos anos 80”, disse. “Termos ações específicas para essa juventude é fundamental, com abordagens nas escolas sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, não só da aids”, completou.
Índices de infecção
Todos os dias, cerca de 2.500 jovens são infectados pelo HIV em todo o mundo, de acordo com um relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros órgãos internacionais.
A publicação indica que a prevalência do HIV entre jovens caiu pouco e alerta que as adolescentes enfrentam um risco desproporcional de infecção por conta de sua vulnerabilidade biológica, da desigualdade social e da exclusão.
De acordo com o relatório, pessoas com idade entre 15 e 24 anos concentram 41% das novas infecções entre adultos com mais de 15 anos em 2009. Em todo o mundo, cinco milhões de jovens viviam com HIV no mesmo período. A maioria deles vive na África subsaariana, é mulher e não sabe que foi infectada.
A publicação destaca que o início da adolescência é um momento oportuno para frear a epidemia de aids no mundo – já que é o período que antecede o início de uma vida sexual ativa. O documento elogia medidas adotadas em países como a Tanzânia, onde a ideia de homens que buscam relacionamento com meninas muito novas se tornou algo a ser ridicularizado.
Expectativa de vida
Trinta anos após a descoberta da AIDS, a expectativa de vida de pacientes soropositivos que se submetem a tratamento antirretroviral se aproxima da pessoa não infectada pelo HIV, de acordo com a diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Valdiléa Gonçalves Veloso.
“No início da epidemia, a gente media a expectativa de vida dessas pessoas em semanas e meses. Hoje, ela é indefinida. Estudos mais recentes mostram uma proximidade com a expectativa de vida da população em geral”, explicou.
Fonte: www.saudeweb.com.br | 07.06.11