Publicado por Redação em Notícias Gerais - 09/01/2013
Brasil é o 45º em lista de países mais preparados contra crises
O Brasil ocupa um modesto 45º lugar no ranking de 139 países sobre os governos mais preparados para enfrentar riscos globais, como crise financeira, desastres naturais, mudanças climáticas e pandemias. A avaliação consta de pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) com mais de 14 mil líderes globais e divulgada ontem em Londres.
Na pesquisa, o Fórum Econômico Mundial perguntou aos entrevistados sobre a eficiência de cada governo na gestão - monitoramento, preparação, reação e mitigação - dos principais riscos globais. Com notas que variaram de 1 a 7, o Brasil recebeu avaliação de 4,16 pontos. No levantamento, a nota mais baixa é atribuída aos governos "não eficazes" na gestão de grandes riscos e o número mais alto é para governos "eficazes", de acordo com o indicador.
O resultado do Brasil na pesquisa é pior do que o obtido por outros emergentes, como o Chile que ficou em 10º lugar com uma nota 5,2, México na 12º posição com nota 5,13, a Turquia em 18º, com nota de 4,83, a China na 30º posição com nota 4,51 e a Índia que ocupou o 38º, com nota 4,31.
O ranking é liderado por Cingapura, que teve nota 6,08 e possui, segundo os entrevistados, o governo mais preparado do mundo para os riscos globais. Em seguida, aparecem três países árabes: Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos.
A primeira economia tradicional da lista é o Canadá, em 4º lugar e nota 5,41. Alemanha está em 17º, uma posição atrás do Cazaquistão. Reino Unido figura em 20º e Estados Unidos, que ocupa o 29º lugar da lista.
Apesar de ter nota pior do que outros emergentes, o Brasil está à frente, embora não muito, de economias que estão no centro da atual crise. Portugal ocupa o 51º lugar , Espanha ficou com a 53º posição e a Irlanda, que aparece no 65º lugar da lista .
A lanterna do ranking é ocupada por dois vizinhos: o 138º posto é da Argentina, com 2,08 pontos, e a Venezuela ocupa a última posição, com 1,68 ponto.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o estágio de avanço de cada economia. Nesse quesito, o Brasil está "em transição" da fase 2 - economia marcada pelo desenvolvimento da produção e qualidade - para o estágio mais desenvolvido possível, a fase 3 - mercados orientados para a inovação com patamar mais elevado de renda.
América Latina
A Pesquisa do Fórum Econômico Mundial também mostra que o principal risco para a América Latina nos próximos dez anos é a disparidade de renda. O estudo realizado mostra que as preocupações econômicas parecem perder espaço no radar dos problemas regionais.
Segundo o levantamento, essa preocupação é citada especialmente por entrevistados do terceiro setor e, em menor grau, de setores como governos e administrações públicas.
Além da renda, todas as outras grandes preocupações estão um pouco mais distantes dos mercados, como as drogas, corrupção e recursos naturais.
A diferença de renda é um problema antigo na América Latina. Segundo dados do Banco Mundial, a região já sofre com a disparidade da renda há décadas e o problema pode ser visto no índice de Gini - que mede a diferença de renda de uma sociedade.
Ainda que tenham observado melhora recente, países como o Brasil, Colômbia, Peru e até o Chile têm indicadores piores quando comparados a outras nações do restante do mundo.
No Brasil, o dado mais recente mostra o indicador em 0,54 - melhor que no passado, mas ainda muito pior que a China (0,42) ou a Rússia (0,40). Esse índice varia de 0 como distribuição igualitária da renda a 1 como distribuição mais desigual possível.
Ou seja, a distância entre a renda dos mais ricos e dos mais pobres em países da América Latina ainda é maior que em boa parte de outros mercados.
A exceção fica apenas com alguns países da África - como a África do Sul com a nota de 0,63 - que seguem com Gini pior que da América Latina.
Outras duas preocupações citadas na pesquisa dizem respeito ao trabalho dos governos: políticas antidrogas ineficazes e corrupção arraigada foram citados como problemas potenciais para os próximos dez anos. A lista dos cinco itens termina com o risco de uma crise de abastecimento de água e aumento do efeito estufa sobre a América Latina.
Fonte: cqcs