Publicado por Redação em Notícias Gerais - 09/09/2011
Bovespa perde 3% e dólar marca R$ 1,68 com mau humor global
A recepção fria ao bilionário plano americano para gerar empregos, e novos desdobramentos da crise europeia, derrubam as principais Bolsas de Valores e voltam a pressionar a taxa de câmbio doméstica, de volta aos preços de março.
As Bolsas europeias encerraram os negócios de hoje com perdas de 2,3% (Londres) e Frankfurt (4%), principalmente depois da renúncia de um membro do BCE (Banco Central Europeu), a respeito das táticas dessa instituição financeira para conter a crise das dívidas soberanas.
Nos EUA, o mundialmente influente índice Dow Jones cai 2,73%, enquanto no front doméstico, o Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, recua 3,03%, aos 55.876 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,08 bilhões.
O dólar comercial já é negociado por R$ 1,680, em um aumento de 1,14% sobre o fechamento de ontem, em seu sexto dia consecutivo de alta. Na BM&F, o contrato futuro de dólar dezembro aponta uma taxa de R$ 1,706.
Investidores e analistas encararam com ceticismo as medidas anunciadas ontem à noite (após o fechamento da Bovespa) pela Casa Branca para estimular a criação de empregos.
Apesar do valor orçado (cerca de US$ 400 bilhões) ser superior à cifra anteriormente divulgada, o teor do novo plano da gestão Obama não entusiasmou os comentaristas econômicos e muitos vaticinaram dificuldades para o projeto ser aprovado no Congresso.
"Como o processo depende de acordo com os republicanos no Congresso, as chances de ser executado ficam reduzidas, dando a impressão que se tratou de um passo mais político do que econômico de fato. Esse fato, somado ao sentimento da inércia europeia dá o tom pessimista no dia de hoje nos mercados mundiais", comenta a equipe de analistas da Lerosa Investimentos.
E hoje, mais uma autoridade econômica de influência mundial reforçou os apelos para que os países adotem mais medidas para evitar a recaída da economia mundial numa recessão.
A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, pediu 'urgência' e 'convicção' e inclusive 'medidas pouco convencionais' para combater a crise mundial.
'A atividade global se desacelerou, os riscos financeiros aumentaram, enquanto o reequilíbrio global da demanda, necessário para o crescimento global, se estagnou', disse ela, acrescentando que 'o risco de recessão supera o da inflação'.
Fonte: www1.folha.uol.com.br | 09.09.11