Publicado por Redação em Notícias Gerais - 23/09/2011

Bovespa fecha com leve baixa e perde 7% na semana

A Bolsa de Valores brasileira teve uma das piores semanas do ano, com perdas acumuladas de 6,9% desde a sexta-feira passada.

O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios, cedeu apenas 0,09% no fechamento, aos 53.230 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,91 bilhões.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,829, em forte queda de 3,48%. Na semana, porém, a taxa cambial acumula uma valorização de 5,5%.

Apesar do pregão mais calmo de hoje, investidores e analistas permanecem pessimistas a respeito dos desdobramentos da crise europeia.

"O mundo deve se resguardar do que está por vir da Europa (...). No momento em que não há crescimento econômico suficiente para sustentar um processo de austeridade fiscal longevo e sem consequências mais graves ao mundo, é possível que observemos uma piora da situação do bloco, mesmo com a ajuda conjunta de G20 e Banco Mundial", comenta Jason Viera, economista-chefe da corretora Cruzeiro do Sul, em boletim sobre as perspectivas do mercado financeiro.

Hoje, representantes do G20 (grupo dos países mais desenvolvidos) procuraram tranquilizar os mercados, ao acenar com um possível aumento do fundo de estabilidade financeira acordado no ano passado.

Com um "default" da Grécia ainda no horizonte, a medida teria por objetivo preservar o sistema bancário europeu (que tem capital aplicado em títulos da divida desse país), evitando a repetição de 2008 --quando a desconfiança pelo volume de "ativos tóxicos" (os famosos créditos "subprimes") nos bancos paralisou a circulação de recursos no sistema financeiro e para a economia real (consumidores e empresas), com as consequências conhecidas.

As principais Bolsas europeias encerraram os negócios com valorização, a exemplo de Londres (0,49%), Frankfurt (0,62%) e Paris (1,02%). E nos EUA, a Bolsa de Nova York, após um dia volátil, teve alta de 0,35% no fechamento (conforme o índice Dow Jones).

No front doméstico, o dia foi repleto de declarações das autoridades econômicas em relação ao dólar, fonte de apreensão e de manchetes ao longo desta semana. "Toda a vez que nós sentirmos a necessidade de entrar no mercado, o BC estará lá para assegurar a tranquilidade no funcionamento do mercado de câmbio no Brasil", disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante evento em Washington.

Na mesma cidade, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez comentários no mesmo sentido. "Nós estabelecemos medidas regulatórias que são feitas justamente para isso, que são feitas para colocar e tirar. Nós temos vários tributos dessa natureza. Muitas vezes nós colocamos e depois, quando não é necessário, nós tiramos", afirmou.

"Estamos sempre olhando todas as possibilidades, mas não há nenhuma decisão tomada", acrescentou o ministro.

Fonte: www1.folha.uol.com.br | 23.09.11
 


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