Publicado por Redação em Notícias Gerais - 15/08/2012
BNDES vê retomada do investimento neste segundo semestre
O vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), João Carlos Ferraz, crê numa recuperação mais firme dos investimentos agora no segundo semestre deste ano.
Os números de financiamento do banco à compra de máquinas e equipamentos destinados a novos projetos e à ampliação de unidades já existentes, diz, apontam nessa direção, com
crescimento em julho sobre os meses anteriores --que mostravam estagnação.
"Isso mostra que os investimentos no segundo semestre podem ser maiores, como apontam economistas", disse.
Ferraz não antecipou, porém, os dados, que, segundo ele, precisam ser apresentados primeiro ao Conselho de Administração do BNDES, que se reunirá na sexta-feira.
Pelo último dado disponível no site do BNDES, as operações com o Finame (principal linha de financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos, componente mais importante do investimento no PIB, ao lado da construção civil) caíram 12% nos últimos 12 meses encerrados em maio.
A reação recente, segundo Ferraz, é fruto da redução das taxas de juros para várias modalidades de financiamento do banco, inclusive para compra de bens de capital.
Ferraz participou nesta quarta-feira (15) do 1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, cujo tema é "A Crise e os Desafios para um novo ciclo de desenvolvimento".
Presente ao evento, a economista Tânia Bacelar, presidente do Conselho Deliberativo do Centro Celso Furtado e professora da Universidade Federal de Pernambuco, considera que a atual crise que atinge mais fortemente a Europa "explodiu na rasteira" de dois macrotendências econômicas: a "financeirização da riqueza [em detrimento da produção] num patamar nunca visto antes" e da "onda liberalizante varreu o mundo" no fim do século 20.
A atual crise, diz, coloca em risco uma das "maiores conquistas" do século passado: o Estado de bem-estar social de muitas nações europeias, tido como modelo de desenvolvimento para muitos países.
Diante desse contexto, diz, o Brasil precisa "repensar" seu modelo de desenvolvimento. Bacellar é uma das mais respeitadas economistas da linha desenvolvimentista no país.
Fonte: Folha