Publicado por Redação em Notícias Gerais - 10/09/2015
BC anuncia leilão de US$ 1,5 bilhão e Dilma convoca reunião de emergência
No dia seguinte ao rebaixamento da nota brasileira pela Standard & Poor's, com o dólar chegando a superar R$ 3,90, o Banco Central realizou nesta quinta-feira (10) leilão de US$ 1,5 bilhão de linhas de crédito para reduzir a volatilidade do mercado.
A operação ocorreu entre 10h20 e 10h40 (de Brasília), e ajudou o dólar a reduzir sua alta sobre o real, levando a cotação de volta à casa de R$ 3,85.
O leilão anunciado hoje pelo BC é de dinheiro novo, que foi colocado no mercado com compromisso de recompra em janeiro e abril do próximo ano. Na semana passada, o banco já havia leiloado US$ 2,4 bilhões, mas de renovação de linhas de crédito que ele já havia feito.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está desde cedo na instituição acompanhando a evolução do mercado, que abriu tenso com a decisão da S&P de tirar o grau de investimento do Brasil. O dólar chegou a bater em R$ 3,90, mas depois recuou para a casa dos R$ 3,89.
Já no Palácio do Planalto a presidente Dilma Rousseff convocou reunião de emergência de sua coordenação política para analisar o novo cenário político e econômico.
Dilma marcou a reunião hoje cedo. Participam o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Jaques Wagner (Defesa), Edinho Silva (Comunicação Social) e Ricardo Berzoini (Comunicações).
Segundo assessores presidenciais, Dilma quer unificar o discurso do governo sobre a decisão da agência e as medidas que serão tomadas para reequilibrar as contas públicas, principal razão para o rebaixamento da nota brasileira.
A orientação da presidente é deixar claro que o governo vai buscar cumprir a meta de superavit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano.
Para isto, será fechado até a próxima semana um conjunto de medidas de corte de gastos e aumento de receitas para fazer um esforço fiscal da ordem de R$ 64 bilhões, o necessário para zerar o déficit de R$ 34 bilhões previsto no Orçamento de 2016 enviado ao Congresso e garantir a parte do governo federal no superavit do setor público no ano que vem.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo