Publicado por Redação em Notícias Gerais - 22/06/2012
Banco Central reduz previsão de rombo nas contas externas
O Banco Central (BC) reduziu, nesta sexta-feira, a previsão para 2012 do rombo nas contas externas do País. A estimativa anterior, feita em março, era de déficit de US$ 68 bilhões, cifra que caiu para US$ 56 bilhões na revisão feita hoje pela autoridade monetária. Esta é a conta que registra os recursos que entram e saem do País em forma de exportações, importações, serviços, doações e investimentos. O pior resultado medido até hoje foi no ano passado, quando o déficit foi de US$ 52,5 bilhões.
De acordo com o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel, a revisão foi impactada, principalmente, pela estimativa de queda na remessa de lucros e dividendos enviados por filiais de empresas estrangeiras às suas matrizes em outros países. "Dos US$ 12 bilhões que esperamos de queda no déficit, US$ 10 bilhões se referem a uma reavaliação das remessas de lucros e dividendos", explicou.
Para Túlio Maciel, a retração do indicador é causada pela alta do dólar e pela crise financeira internacional. "A moderação do nível de atividade econômica internacional afeta o desempenho das empresas, portanto o acúmulo de lucros. Em segundo lugar, o câmbio mais elevado encarece essas remessas e também desestimula isso. Finalmente cabe lembrar que neste ano temos observado um fluxo maior de receitas de lucros e dividendos de empresas brasileiras no exterior, um fluxo que não aparecia no ano passado", disse o chefe do BC.
Na revisão das contas externas, o BC espera um ritmo mais moderado na balança comercial brasileira. A expectativa de superávit (mais exportações que importações) caiu de US$ 21 bilhões para US$ 18 bilhões em 2012. A autoridade monetária também prevê menos trocas de serviços entre o Brasil e os demais países - incluindo viagens internacionais, aluguel de equipamentos, entre outros. Para o BC, a expectativa de déficit na conta de serviços passou de US$ 42,1 bilhões para US$ 39 bilhões.
IED
Em relação ao Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País, não houve alteração na previsão, que deve somar US$ 50 bilhões em 2012. No primeiro semestre deste ano, segundo Túlio Maciel, o IED deve chegar a US$ 28 bilhões. "Isso sinaliza uma estimativa um pouco melhor que US$ 50 bilhões em 2012, mas optamos por manter a previsão. Temos um diferencial em comparação aos demais países e isso é um atrativo para o capital estrangeiro, há confiança do investidor no País", explicou o chefe do BC.
Fonte: Terra