Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 20/04/2011
AVC provoca morte em 25% dos casos, explica cardiologista do Incor
Perda da fala, de movimentos ou contato com meio externo são sequelas.
A cardiologista Ludhmilla Hajjar respondeu, após o Bem Estar desta terça-feira (19), às principais dúvidas que chegaram pela internet sobre acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo ela, o problema pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas acima de 60 anos, quando aumentam as chances de fatores de risco como colesterol alto, hipertensão e diabetes.
Crianças e adolescentes podem ter derrame, principalmente do tipo hemorrágico, por conta de uma malformação vascular durante o desenvolvimento fetal, mas são casos raros.
Em todo o mundo, homens costumam apresentar mais AVC que mulheres. Alguns indivíduos podem ter “micro AVCs”, que geralmente são descobertos em outra ocasião, quando o paciente faz uma tomografia cerebral.
A médica destacou que um AVC isquêmico pode ser revertido, ou seja, não deixar sequelas em 70% ou 80% dos casos em que a pessoa recebe ajuda médica em até 3 horas. A pressão arterial, oxigenação, frequência cardíaca devem ser monitoradas no hospital. Em alguns casos, o coágulo pode ser dissolvido.
A possibilidade de reversão do problema vai depender da extensão do derrame, da área do cérebro atingida e dos tipos de tratamento disponíveis. Entre as principais sequelas que um AVC pode deixar estão a morte, em 25% dos casos, perda da fala, dos movimentos ou do contato com o meio externo (estado vegetativo).
De acordo com Ludhmila, esses efeitos graves deixados pelo AVC são extremamente complicados em um país como o Brasil, em que o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre as despesas com esses pacientes, que ficam a cargo das próprias famílias.
O AVC é responsável por 10% de todas as mortes no mundo, o que corresponde a 5,7 milhões de vítimas. Controlar pressão, colesterol, diabetes, evitar o cigarro e fazer atividade física é fundamental para preveni-lo. Se isso não for feito, em 2015 serão 6,5 milhões de óbitos por derrame e, em 2030, 8,5 milhões, disse a especialista.
Os sintomas súbitos do AVC, como dor de cabeça, formigamento, perda da fala e/ou alteração da visão, podem durar de minutos até horas. Alguns exames modernos, recomendados a idosos e pessoas com fatores de risco, podem detectar se há placas de gordura obstruindo as artérias carótidas, no pescoço, e evitar um derrame por meio de angioplastia, colocação de stent (pequena mola) ou cateterismo do cérebro.
Fonte: g1.globo.com/bemestar | 20.04.11