Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 24/05/2011
Atletas de fim de semana estão expostos a riscos cardíacos
Você pensa que infarto é para quem vive estressado, na correria das cidades grandes? Ou que é um problema que só atinge quem é sedentário e nunca faz exercícios físicos? Espinosa, no Norte de Minas Gerais, tem pouco mais de 30 mil habitantes e viveu uma trágica coincidência. Três homens morreram do coração jogando futebol por diversão.
Para falar sobre os cuidados que o coração exige antes da atividade física, o Bem Estar recebeu dois consultores do programa: o cardiologista Roberto Kalil e o preparador físico José Rubens D’Elia.
A recomendação das organizações de cardiologistas da Europa e dos EUA é que todos os adultos pratiquem exercícios físicos constantemente. O ideal é fazer atividades moderadas cinco dias por semana, pelo menos meia hora por dia, ou atividades mais intensas, três vezes por semana, mínimo de 20 minutos por dia.
De toda forma, é sempre bom ir ao médico antes de se começar a prática de esportes, principalmente quando se tem uma rotina sedentária. Os exames que o médico devem fazer são simples e estão descritos no quadro.
A partir dos 40 anos, o correto é fazer exames anualmente para checar os níveis de colesterol e glicemia no sangue. O eletrocardiograma, que avalia o funcionamento do coração com sensores sobre a pele, também é recomendado.
A principal causa de morte súbita cardíaca durante a prática de esportes é uma doença causada arteriosclerose. Trata-se do acúmulo de gordura nas artérias. A gordura entope a artéria e interrompe o fluxo de sangue, o que deixa o coração sem a energia necessária. É o que acontece em 90% dos casos.
Outra causa para o mal repentino pode ser a má formação do coração. Existe o que os médicos chamam de hipertrofia, que é quando o músculo cardíaco cresce mais que o normal. Isso causa arritmia -- o coração bate fora do ritmo regular -- e aumenta o risco de uma parada.
Há ainda uma doença que não atinge o coração, mas a artéria aorta, que é a principal via de distribuição de sangue para o corpo, pois sai direto do coração. Nessa doença, a aorta fica mais estreita e circula menos sangue. Durante uma atividade física, isso pode sobrecarregar o coração e levar ao infarto.
Atividade correta
De modo geral, o melhor que se faz é respeitar os limites do corpo. A maneira mais fácil de ver se a atividade está forçando exageradamente é pela respiração. Quanto mais esbaforida fica a pessoa, maior o risco que ela corre.
Contar os batimentos cardíacos também ajuda. Há pontos do corpo em que é possível senti-los, como o pulso e as têmporas. Com um aparelho chamado frequencímetro, fica mais precisa a medição.
Quando o objetivo é apenas queimar gordura, sem forçar muito, o ideal é manter a frequência do coração em entre 60% e 75% da capacidade máxima. Nas tabelas abaixo, você confere qual é a medida certa para você, de acordo com sexo e idade, em batimentos por minuto.
Fonte: g1.globo.com/bemestar | 24.05.11