Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 27/07/2015
Após lei, farmácias ainda tentam se firmar como unidades de saúde
Presidente do Conselho de Farmácias estadual, Pedro Menegasso esteve em Bauru
Dez meses após nova lei que permite aos farmacêuticos realizarem consultas e até vacinação entrar em vigor, as farmácias ainda lutam para se consolidar como unidades de saúde. A constatação foi feita pelo presidente do Conselho de Farmácias do Estado de São Paulo, Pedro Menegasso, que esteve há uma semana na Câmara Municipal, onde a Seccional de Bauru do Conselho de Farmácias recebeu Moção de Aplausos.
“O mercado vai demorar para se adaptar a isso porque existe uma cultura enraizada de comércio. As pessoas preferem procurar a farmácia que vende mais barato do que a mais segura”, explica Menegasso.
A nova legislação (Lei Federal 13.021/14, já conhecida como “Farmácia – Estabelecimento de Saúde”) entrou em vigor em setembro de 2014. A novidade possibilita, inclusive, que haja um espaço específico para a realização da consulta, como uma salinha atrás do balcão de atendimento. Os procedimentos, entretanto, podem ser cobrados.
“A lei garante autonomia técnica ao farmacêutico, ou seja, o estabelecimento é obrigado a seguir as orientações sugeridas pelo profissional, independente do interesse do comerciante”, completa Menegasso.
Acontece que o conceito de “unidade de saúde” ainda está em processo de aceitação, conforme afirma o presidente do Conselho no Estado. “A gente espera que, com o tempo, todos se conscientizem, para que consigamos uma grande conquista na qualidade de vida e de saúde da população. Os farmacêuticos estão bem empenhados para que haja essa mudança”, afirmou.
Sem receita
Outra questão cultural ainda preocupa os farmacêuticos: a de pedir venda de antibióticos sem receita. Muitos pacientes, segundo Pedro Menegasso, ainda fazem o uso dos medicamentos de forma errada, talvez até por vergonha de perguntar ao médico.
“A população, muitas vezes, joga contra a saúde dela mesma. Antibióticos contêm produtos perigosos em sua composição. Se tomados de forma errada, podem gerar resistência bacteriana e causar gravíssimos problemas de saúde. Existem casos de pessoas que até morreram”, alerta.
Pedro revela que, atualmente, há um controle mais rigoroso em relação à exigência da receita do que era feito há cerca de cinco anos. “As pessoas precisam colaborar e entender que, quando é solicitado apresentar a receita, significa que o risco de uso desses produtos é muito grande”, finalizou Pedro Menegasso.
Fonte: Portal JCNET