Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 13/11/2024

Ansiedade em foco: terapeuta esclarece mitos e apresenta soluções para o transtorno



Especialista destaca que a comunicação ineficaz, e não a tecnologia, é um dos grandes desafios da sociedade moderna.

A ansiedade é um dos transtornos mentais mais prevalentes no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 18 milhões de brasileiros sofrem com a condição, representando 9% da população. A terapeuta Wanessa Moreira, especialista no tema, explica que o aumento exponencial de tarefas e decisões no cotidiano é um dos principais fatores que contribuem para o crescimento da ansiedade.

“Com tantas variáveis e opções, a mente humana busca garantias antes de agir. Isso aumenta a ansiedade, que deveria ser uma ferramenta para a tomada de decisão, mas acaba gerando um colapso mental até que uma escolha seja feita”, afirma Moreira.

Wanessa ressalta que a ansiedade não deve ser confundida com um sentimento comum. “Ela é uma aflição, um alarme de urgência que gera uma intensa descarga elétrica na mente e no corpo. Isso distorce a percepção da realidade, prejudica as relações interpessoais e consome o tempo que poderia ser dedicado à família e a momentos de lazer. A mente se torna um radar focado em buscar soluções para a sobrecarga interna, negligenciando tudo o que não está relacionado a esse objetivo.”

Os impactos da ansiedade se manifestam em curto, médio e longo prazo, comprometendo a qualidade de vida, produtividade e relacionamentos pessoais e profissionais. Para ajudar a lidar com esses desafios, a terapeuta desenvolveu a bloco terapia, uma abordagem inovadora que transforma a ansiedade em uma habilidade para a tomada de decisões.

O método de bloco terapia utiliza formas geométricas como ferramentas visuais e palpáveis para organizar os pensamentos desordenados. “Esses blocos, que remetem ao aprendizado do ensino fundamental, ajudam o paciente a acessar o inconsciente e transformar uma equação mental complexa em algo linear, com soluções práticas. Isso gera clareza para decisões imediatas e um mapa para os próximos passos”, explica Moreira.

A abordagem é especialmente útil em tempos de alta ansiedade entre jovens. Dados recentes revelam que entre 2013 e 2023, o número de internações relacionadas à ansiedade em adolescentes e jovens de 13 a 29 anos cresceu 136%. Para Moreira, isso está diretamente ligado ao modo como as novas gerações processam a informação.

“A geração nativa digital aprendeu a se comunicar com infolinguagem, um sistema linear e passo a passo utilizado em redes sociais e plataformas digitais. Esse tipo de comunicação, que não exige dedução, cria uma sensação de segurança dentro do ambiente online. No entanto, ao lidar com situações que fogem desse padrão, como tarefas simples do cotidiano, muitos jovens travam, gerando ainda mais ansiedade”, analisa a terapeuta.

Embora o uso excessivo de telas e redes sociais seja frequentemente apontado como vilão, Moreira destaca que a tecnologia não é a causa principal. “O problema está na incapacidade de se comunicar fora da rede com assertividade e de forma efetiva dentro dela. A mente entra em um loop, buscando respostas em ambientes online sem saber o que procurar, o que intensifica a ansiedade.”

Com mais de 26 mil atendimentos realizados, a terapeuta capacita profissionais da saúde para aplicar o método da bloco terapia em seus pacientes. O protocolo ajuda a criar mapas mentais que aliviam a ansiedade e promovem uma abordagem prática e eficiente para lidar com o transtorno.

A ansiedade, que pode se manifestar de diversas formas, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)Transtorno de Pânico (TP), e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), é um problema sério e deve ser tratada com responsabilidade. “Ansiedade é um curto-circuito no sistema mental. Se você sente o alarme, precisa agir. Procure ajuda profissional e transforme esse desafio em uma oportunidade de crescimento”, conclui Moreira.


Fonte: Mundo RH


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