Publicado por Redação em Gestão de Saúde - 02/05/2024

Ansiedade da Geração Z no trabalho impulsiona indústria de US$ 27 bi



A geração Z, a mais ansiosa e que relata piores condições de saúde mental, precisa de ajuda, seja coaching, mentoria, desenvolvimento de competências ou mesmo terapia. Ao procurar essa ajuda na internet e nas redes sociais, a última geração a entrar no mercado de trabalho está impulsionando o crescimento de uma indústria bilionária totalmente nova.

É uma geração experiente no digital e que se sente muito confortável em buscar aconselhamento, seja de carreira ou de vida, por meio de serviços online. E eles não têm vergonha de dizer às pessoas que precisam dessa ajuda ou que estão consultando um coach ou terapeuta – diferentemente das gerações anteriores.

Para empreendedores que estão de olho nisso, há muitas oportunidades aqui, já que a Geração Z está em busca de marcas autênticas e especialistas em quem possam confiar.


Geração Z preza pela saúde mental

A Geração Z é a mais provável de relatar problemas de saúde mental. A Associação Americana de Psicologia entrevistou americanos com idades entre 15 e 21 anos para determinar os principais fatores de estresse, eventos da vida e estatísticas que afetam e definem esses jovens.

O relatório concluiu que eles têm uma probabilidade significativamente maior (27%) do que outras gerações, incluindo os millennials (15%) e Geração X (13%), de classificar sua saúde mental como regular ou ruim.

Em outro relatório, da McKinsey, um em cada quatro entrevistados da Geração Z afirmou se sentir angustiado emocionalmente (25%), quase o dobro dos níveis relatados pelos entrevistados das gerações Y e X.


Mercado em expansão

A Allied Market Research publicou um relatório que mostrou que o mercado global de coaching online estava avaliado em US$ 3,2 bilhões em 2022 e deve atingir US$ 11,7 bilhões em 2032, crescendo a uma taxa de 14% entre 2023 e 2032. De acordo com a empresa de pesquisa Technavio, o mercado global de serviços de terapia online deve chegar a US$ 16,16 bilhões, com uma taxa de crescimento de 28,09% entre 2023 e 2028.

São mercados grandes e estão ficando ainda maiores. E isso apresenta enormes oportunidades para empreendedores – se eles conseguirem entender melhor a Geração Z.

Para esses jovens, ter saúde não diz respeito apenas ao físico, mas também ao emocional. Para os empresários, isso significa entender que qualquer nova plataforma precisa ser uma mistura de tecnologia digital e interação humana, levando em conta o bem-estar físico e mental.

A plataforma pode conter uma variedade de serviços de autoajuda relacionados a aconselhamento, carreira, desenvolvimento de habilidades ou mesmo definição de objetivos. Mas, em algum momento, à medida que a Geração Z avança nos conteúdos oferecidos, eles também precisarão interagir com humanos, especialmente para serviços de terapia.


Onde a Geração Z está procurando ajuda?

Cerca de metade da Geração Z busca conselhos relacionados à carreira no TikTok, e um em cada cinco disse que tomou decisões profissionais com base nesses conselhos, de acordo com um relatório da plataforma de currículos Resume Builder.

Além disso, cerca de 11% dos que responderam à pesquisa da organização disseram que pagaram aos criadores do TikTok por coaching de carreira. Com dados dos EUA, o estudo mostra que a maioria paga entre US$ 500 e US$ 1.500 por esse tipo de serviço.

Embora os criadores compartilhem suas experiências e conselhos profissionais, e possam chamar isso de coaching de carreira, não é o mesmo trabalho de profissionais certificados e treinados. Mas a Geração Z está desesperada em procurar maneiras de conseguir ajuda. Um artigo do The Wall Street Journal deste mês destacou uma startup que acaba de receber US$ 72 milhões em financiamento para apoiar uma plataforma online que conecta terapeutas com pacientes.

Coaching não é terapia – e vice-versa. Terapeutas usam seu conhecimento de modelos de comportamento humano e estruturas teóricas para avaliar, diagnosticar e criar planos de tratamento para apoiar a melhoria da saúde mental dos seus pacientes.

Já os coaches trabalham para fazer mudanças de comportamento, mas estão focados no estabelecimento de metas e no apoio ao cliente para atingir suas metas de carreira.

Como a Geração Z se sente confortável com tecnologia, coaching, orientação profissional e terapia, as soluções de plataformas online são perfeitas para eles. Podem ajudá-los a assumir o controle da sua saúde mental, ao mesmo tempo que permitem que isso aconteça em um ambiente mais familiar para eles.


Veja 3 coisas que a Geração Z quer que seus chefes saibam:

1. A pandemia foi difícil para eles
Gestores de profissionais da Geração Z precisam estar cientes de como essa geração foi impactada pela pandemia. Embora todos tenham enfrentado desafios durante e após a pandemia, a Geração Z foi a mais afetada porque muitos jovens perderam uma série de marcos importantes de desenvolvimento. Numa fase em que eles deveriam estar criando memórias, construindo relações e suas próprias identidades, eles na verdade estavam isolados dos amigos e da família, o que teve impacto na sua saúde mental.

Um relatório de 2022 conduzido pela Biblioteca Nacional de Medicina mostrou que o impacto da pandemia sobre a Geração Z persistirá ao longo das suas vidas, mais do que nas outras gerações.

Os líderes precisam estar cientes da mentalidade que muitos de seus jovens funcionários trazem consigo ao ingressarem no mercado de trabalho. Muitos membros da Geração Z começaram suas carreiras trabalhando do seu quarto de infância na casa dos seus pais, sem a possibilidade de conhecer pessoalmente seus colegas de trabalho e perdendo oportunidades de orientação de profissionais mais experientes.

Os gestores vão se beneficiar se dedicarem algum tempo para perguntar aos seus novos colaboradores sobre as suas experiências pessoais durante a pandemia. Compreender o que alguém passou torna mais fácil determinar o que vai inspirar e motivar essa pessoa no trabalho.


2. Eles querem que você seja empático e se preocupe com o que eles estão fazendo
Um estudo da Deloitte de 2023 comparou o que a Geração Z realmente quer do trabalho com o que seus gerentes pensam que eles querem. Uma das maiores diferenças foi em relação à empatia. A geração Z classificou a empatia como a segunda característica mais importante em um chefe e como um “pré-requisito para o engajamento no trabalho”. Eles precisam sentir que seus chefes se preocupam com eles.

A Geração Z busca orientação e apoio dos seus líderes sobre como gerenciar sua carga de trabalho. Os jovens trabalhadores querem sentir que os seus gestores se preocupam com eles como pessoas, tanto quanto com a sua capacidade de serem produtivos e entregar resultados. Eles precisam de conversas significativas e objetivas sobre como equilibrar as responsabilidades profissionais com sua saúde mental.

 

3. Eles se preocupam com suas carreiras, mas não querem que isso seja toda a sua identidade
O estudo da Deloitte também descobriu que os profissionais da Geração Z e seus chefes atribuem valores diferentes ao trabalho como parte de suas identidades. O relatório aponta que 61% dos membros da Geração Z sentem que o trabalho é uma parte significativa da sua identidade, enquanto 86% dos chefes afirmam o mesmo.

A Geração Z quer causar impacto no mundo e valoriza o trabalho, mas também está ciente de como os ambientes de trabalho tóxicos e o esgotamento podem afetar a sua saúde mental. No final das contas, isso é o mais importante para eles. A Geração Z viu o impacto do excesso de trabalho tanto nos seus colegas de trabalho e líderes millennials quanto com seus pais da Geração X.

Embora a Geração Z possa irritar algumas pessoas por não estar disposta a trabalhar mais de dez horas por dia e estabelecer limites com seu tempo, seus desejos estão alinhados com o que é recomendado para ter um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.



Fonte: Forbes (Bernhard Schroeder)
 


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